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Como o DNA mitocondrial controla a produção de radicais de oxigênio
Quando a mitocôndria queima nosso combustível alimentar, ela gera um
subproduto tóxico chamado radical de oxigênio, o equivalente mitocondrial à
fumaça gerada pelas usinas de força à carvão. Os radicais de oxigênio
danificam a mitocôndria, o DNA mitocondrial e a célula ao seu redor. Os
radicais de oxigênio podem provocar a morte da célula quando danos oxidativos
suficientes se acumulam na mitocôndria e na célula.
Como muitos tecidos do nosso corpo possuem um número finito de células, a
morte de um determinado número de células provoca o mal funcionamento de
órgãos, resultando nos sintomas de envelhecimento e de doenças degenerativas
relacionadas à idade. Como resultado, um nível crônico de estresse oxidativo
mitocondrial determinará a taxa de envelhecimento do indivíduo e sua
suscetibilidade a uma série de doenças como diabete, perda de memória, formas
de surdez e perda de visão, doença cardiovascular, etc.
Se todas as calorias que um indivíduo consome são usadas para a geração de
dióxido de carbono, água e energia, sobra pouco combustível para geração de
radicais de oxigênio; mas, se mais calorias forem consumidas do que o
necessário para geração de energia, então este excesso de calorias é
armazenado como gordura e provoca um aumento crônico na produção de radicais
de oxigênio mitocondriais.
Considere dois indivíduos que ingerem o mesmo número de calorias e praticam a
mesma quantidade de exercícios. O indivíduo com DNA mitocondrial mutante que
aumenta a produção de calor necessitará de mais calorias para a produção de
energia e, conseqüentemente, terá menos calorias restantes para a produção
de radicais de oxigênio. Este indivíduo estará parcialmente protegido de
doenças relacionadas à idade e viverá mais tempo. Por outro lado, o
indivíduo com mitocôndria que produz mais ATP por caloria queimada armazenará
gordura e gerará mais radicais de oxigênio se ele ou ela comer a mesma
quantidade de calorias que o indivíduo com mitocôndria adaptada ao frio.
Tradução: George El Khouri Andolfato
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