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Fraudes
pela Internet cresceram 275% em um ano
Todo cuidado é pouco no País em que fraudes pela Internet
cresceram 275% entre os anos de 2002 e 2003, segundo dados
do Comitê Gestor da Internet no Brasil (composto por
representantes dos Ministérios da Comunicação e da Ciência
e Tecnologia, operadoras e gestoras, provedores de
acesso/informações, usuários e universidades). O aumento
no número de ataques de hackers na Web reflete a
dificuldade para solucionar o problema, especialmente por não
haver ainda uma legislação específica que trate desta
modalidade de crime, uma classificação destes delitos e,
como fator agravante, a rápida disseminação e democratização
do acesso à rede.
Os números são alarmantes. Ainda de acordo com o Comitê,
o total de ataques soma uma média de 4,8 mil casos mensais,
sendo que o mais comum é a clonagem de páginas de bancos,
induzindo o usuário a digitar seus dados em site errado.
Nas últimas semanas instituições renomadas foram alvos de
ações criminosas, além do vírus Mydoom que infectou
milhares de computadores em todo o mundo.
Cláudio Almeida Prado, especialista em segurança na
Internet e CEO da Pulso Tecnologia, alerta que, apesar do
crescimento de fraudes, o usuário não deve parar de se
beneficiar das vantagens que a tecnologia oferece. "A
solução não é deixar de usar a Internet e sim,
conscientizar-se dos riscos e utilizar-se de dispositivos de
segurança", destaca Prado.
Ao comparar os perigos virtuais, Prado faz uma analogia
com os automóveis. "Com o aumento de sua utilização
surgiu, inevitavelmente, um aumento no número de acidentes.
Mesmo assim, o meio de transporte foi sendo cada vez mais
utilizado e alternativas para melhorar a sua segurança
foram sendo buscadas: a sofisticação dos dispositivos, o
aumento da conscientização dos usuários e a criação de
uma legislação específica para o trânsito. Hoje os
carros dispõem de air-bag, freios ABS, campanhas educativas
são promovidas com freqüência e as multas e o sistema de
pontuação na carteira dos motoristas procuram punir os
infratores", exemplifica Prado.
De acordo com o especialista em segurança, para a
Internet a abordagem deve ser similar, com a utilização de
dispositivos de segurança como os firewall, antivírus,
sistemas de senha devem ser ampliados e evoluídos, a
conscientização dos usuários também deve ser ampliada,
como no cuidado para não abrir e-mails não solicitados, não
divulgar a senha, entre outros. Uma legislação especifica
deve ser criada com urgência.
Em sua opinião, esse último ponto demanda ação
urgente. "O aumento de golpes ocorre de forma
exponencial quando se tem a percepção de impunidade.
Assim, dotar a legislação de mecanismos que possibilitem,
entre outros, o rastreamento de mensagens (registros de
operações nos provedores), a punição às tentativas de
ataques, à violação de privacidade, e a tipificação das
diversas modalidades de crimes eletrônicos é fundamental
para o continuo desenvolvimento da Internet", ressalta
Prado.
B2B Magazine
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