Botânicos
esperam "flor de cadáver" florescer
Esperem até os vizinhos darem uma cheirada nisso.
Uma planta exótica gigante que não floresce no
Nordeste dos EUA há mais de sessenta anos está
pronta para fazê-lo nas estufas da Universidade de
Connecticut. A "flor de cadáver" tem o
odor de um cadáver de três dias, e os botânicos
da UConn não poderiam estar mais excitados.
Depois
de abrir, a flor é de um vermelho claro que até se
parece com carne podre, um autêntico tapete de
boas-vindas para os insetos que a polinizam - moscas
e besouros que se alimentam de carne podre.
"Se
parece com algo que morreu. Cheira como algo que
morreu. E produz alguns dos mesmos químicos que
cadáveres produzem", disse o assistente de
pesquisa da UConn, Matthew Opel, ontem.
Com
um crescimento de vários centímetros por dia, a
flor de cadáver (Amorphophallus titanum) da
UConn foi plantada há dez anos atrás, parte de um
grupo de sementes levadas para os EUA de sua nativa
Sumatra pelo explorador James Symon. O pesquisador
botânico da UConn, Clint Morse, cultivou a planta,
que espera-se irá florescer nos próximos cinco a
seis dias. Já com mais de um metro de altura, a
flor pode chegar a dois metros de altura e no
mínimo o mesmo de largura.
Assim
que florescer, espera-se que a curiosidade botânica
atraia visitantes como... bem, moscas.
O
florescimento dura apenas dois dias e a Universidade
planeja aumentar as horas de visitação na estufa
de pesquisa para acomodar os xeretas. Um punhado de
visitantes já começou a se aglomerar em volta da
planta ontem. Até que floresça, ela praticamente
não tem cheiro.
Durante
os dois dias em que a flor de defunto estiver no seu
amadurecimento, a planta esquenta para dispersar o
cheiro. Depois de dois dias, a flor começa a
desintegrar.
Para
aqueles com um estômago fraco, o site da UConn tem
uma webcam que fornece filmagens inodoras da flor.
Para celebrar o florescimento, a universidade
planeja produzir pôsteres e camisetas com desenhos
da Amorphophallus titanum.
A
planta de cadáver cresceu tanto que rachou seu
pote, que é do tamanho de uma banheira. As suas
vizinhas incluem abacate, pomelo e algodão,
espécies que possuem algum valor econômico.
Não
exatamente o caso da Amorphophallus, que só
interessa pelos cheiros, não pelo dinheiro.
"Não
creio que haja alguma utilidade econômica para ela
afora vender camisetas e pôsteres", disse Opel.
AP
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