PF prende grupo
que usava a internet para desviar dinheiro
da Folha Online
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira uma quadrilha com 53 pessoas
acusadas de organizar um grande esquema de fraudes pela internet. Os criminosos
enviavam e-mails falsos para obter dados financeiros dos internautas e depois
desviavam esse dinheiro para outras contas.
As prisões fazem parte da operação Cavalo de Tróia 2, que começou na manhã
desta quarta e teve apoio financeiro da Febraban (Federação Brasileira dos
Bancos). Os presos estão sendo ouvidos nas superintendências de Belém (PA), São
Luís (MA), Palmas (TO) e Fortaleza (CE).
De acordo com a polícia, 18 pessoas presas já haviam sido detidas na primeira
operação Cavalo de Tróia. Elas foram liberadas após as investigações e
voltaram a cometer crimes pela rede mundial de computadores.
A operação reuniu 160 policiais no estado do Pará, vindos de Minas Gerais e
Rio de Janeiro. Foram apreendidos carros e computadores.
Modus operandi
Para cometer os golpes, os criminosos utilizaram a técnica de "phishing
scam". Essa técnica consiste em criar sites falsos idênticos aos de
bancos e outras instituições financeiras e mandar e-mails para os internautas,
pedindo para que eles confirmem seus dados, como número da conta corrente e
senha.
Uma vez nas páginas falsas, os usuários digitam as informações, que são
retidas pelos hackers e usadas para desviar dinheiro e cometer outros crimes.
Os criminosos ainda instalavam cavalos de tróia nos computadores das vítimas.
Esses programas registravam senhas dos internautas e depois enviavam os dados
dos correntistas para os hackers.
De posse desses dados, os criminosos faziam saques e transferências para contas
de laranjas que emprestavam seus cartões e senhas mediante pagamento de R$ 100
a R$ 500. O dinheiro era depois sacado.
Uma nova modalidade de fraude, com a utilização de boletos de cobrança
fraudulentos, também era usada pela quadrilha. Os boletos, utilizados para a
lavagem do dinheiro obtido com os crimes pela internet, eram emitidos em nome de
um beneficiário que era o próprio dono de empresa emitente e estava
diretamente envolvido com os criminosos. Dessa forma, o dinheiro era legalizado.
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