Antivírus precisam mudar para combater novas pragas digitais

da Folha Online

A necessidade de proteger aparelhos como micros de mão e smartphones (telefones celulares com recursos de PCs) de ataques de vírus fará com que surja uma nova geração de antivírus, mais eficiente e segura, mesmo contra vírus recém-descobertos.

Essa é a avaliação do analista Jonathan Singer, do Yankee Group, que acredita que os programas usados hoje para proteger os micros de pragas digitais estão se tornando cada vez mais ineficazes.

"A necessidade de proteção [contra vírus] está passando o limite dos computadores", disse ele ao site "TechWeb". Segundo ele, "celulares e micros de mão estão se tornando uma avenida aberta para a passagem de código malicioso".

Ele explica que, até pouco tempo, os hackers atacavam esses aparelhos para entrar em redes de computadores e dominar PCs ligados a essas redes. As táticas dos criminosos digitais, porém, estão mudando: eles agora atacam os próprios aparelhos para obter dados.

A tendência, continua Singer, é de que os hackers vão procurar invadir cada vez mais dispositivos desprotegidos, como impressoras e copiadoras. "Esses tipos de ataques devem se tornar entre os próximos 12 e 24 meses."

Comportamento

Para defender essa nova gama de aparelhos, os desenvolvedores de antivírus precisam criar novos mecanismos. Atualmente, diz o analista, a maioria dos programas funciona com um banco de dados com informações sobre todos os vírus conhecidos até o momento.

Quando um vírus é localizado, o programa se encarrega de conferir no banco de dados os procedimentos usados para remover a praga e então tenta eliminar a ameaça do computador invadido.

De acordo com Singer, os novos antivírus contarão cada vez menos com esse banco de dados. Para proteger os PCs e outros aparelhos, os aplicativos vão tentar determinar como as pragas se comportam para eliminá-las.

O motivo é simples: nenhum micro de mão ou celular tem capacidade de armazenar um banco de dados com milhares de definições de vírus.

A vantagem, diz ele, é que os antivírus "comportamentais" podem ser mais eficientes. Como eles não dependem de um banco de dados, os aplicativos podem remover pragas antes mesmo de elas serem identificadas pelas companhias de segurança.

Outra vantagem é que as novas ferramentas de segurança também ocuparão menos memória nos micros --além disso, os usuários não vão precisar atualizar os programas com tanta freqüência. De acordo com Singer, essa próxima geração de antivírus deve surgir daqui a dois anos, pelo menos.

 

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