Cracker preso passa no vestibular de Direito

O jovem Guilherme Amorim de Oliveira Alves, de 19 anos, condenado pela Justiça Federal a mais de seis anos de prisão por aplicar golpes contra correntistas de bancos com o auxílio da Internet, foi um dos aprovados no curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), no Mato Grosso do Sul.

Conforme nota do jornal Correio do Estado, de Campo Grande, o jovem, que cumpre pena no presídio de Corumbá, recebeu autorização da Justiça para prestar as provas de seleção, mediante escolta ao local dos exames. A informação foi confirmada por InfoGuerra junto ao Fórum de Corumbá e à comissão do vestibular da UCDB. Na lista de aprovados do concurso, divulgada pela universidade, consta o nome de Guilherme para o curso de Direito, período noturno, na unidade de Corumbá.

O juiz federal Roberto Ferreira Filho, do Fórum de Corumbá, que emitiu a autorização, disse, por intermédio de sua assessora, que só permitiu que o preso prestasse vestibular para não cercear seu direito aos estudos, mas afirmou que não poderá autorizar o jovem a cursar a universidade normalmente enquanto ele cumprir pena em regime fechado. Guilherme só poderá continuar os estudos caso consiga autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo para comutar a pena para regime semi-aberto.

Guilherme Amorim foi detido pelas autoridades federais no dia 20 de fevereiro de 2003, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. No último dia do ano, foi condenado por crimes contra o sistema financeiro nacional, estelionato e formação de quadrilha. Apontado como líder da quadrilha, ele e os demais integrantes enganavam os correntistas criando falsas páginas bancárias.

A técnica principal consistia em invadir provedores vulneráveis e redirecionar, no servidor de nomes do provedor, o endereço eletrônico de um banco para o IP de uma máquina sob controle dos golpistas. Informações da época indicavam que a quadrilha teria roubado mais de R$ 3 milhões de contas do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco. Com os golpistas também foram encontradas senhas de cartões de crédito de mais de 3,5 mil clientes.

Em junho de 2002, o adolescente já havia sido preso por fraudes contra o sistema bancário e sites de leilões, mas foi solto pouco tempo depois, beneficiado por um habeas-corpus.
 
InfoGuerra

 

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