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Celulares são cada vez mais alvo de pragas virtuais
MATT MOORE
da Associated Press
Programas maliciosos que podem deletar seus contatos. Mensagens inúteis que
inundam sua caixa de mensagens. Códigos escondidos que usam a tecnologia
sem-fio Bluetooth para invadir aparelhos. Assustador? Pois especialistas de
segurança dizem que pragas virtuais como essas terão os celulares como alvo,
embora há quem diga que eles ainda só existem em laboratório.
"Não tivemos ainda nenhum relato de pessoas que viram esses vírus em seu
dia-a-dia", diz Graham Cluley, consultor de tecnologia da empresa de
segurança da informação britânica Sophos. "A única notícia que temos
é de pesquisadores antivírus trocando [vírus de celulares] entre seus laboratórios."
A empresa de telefonia japonesa NTT DoCoMo já vende telefones celulares com
antivírus da McAfee embutido. A McAfee espera que telefones similares estejam
disponíveis na Europa e nos Estados Unidos em 2005.
Durante este ano, foram registrados pelas empresas de antivírus apenas cinco
pragas que atacam telefones celulares. Todos criados dentro de laboratórios
antivírus, segundo Cluley.
Apesar de nomes como "Cabir" e "Skulks", os vírus de
telefone celular criados em laboratório não são tão prejudiciais como os que
atacam os PCs. Por exemplo: para atacar, o "Skulls" precisava ser
baixado no telefone e ativado, para só depois travar o telefone e substituir
seus ícones por caveiras.
No início do ano, a empresa de segurança russa Kaspersky anunciou que o vírus
Cabir poderia afetar telefones com Bluetooth que funcionavam com o sistema
operacional Symbian. Segundo a empresa, a praga poderia facilmente se transmitir
do celular hospedeiro para outros telefones caso a transmissão de dados sem-fio
entre eles estivesse ativada.
Como o Skulls, ele tem de ser instalado primeiro, caso contrário não faz nada
ao celular. Quando é instalado, cria vários arquivos no telefone e se espalha
por outros aparelhos. Mesmo assim, segundo a Trend Micro, ele tem pouco
potencial de dano e pode ser removido com relativa facilidade.
Mas embora a ameaça dos vírus para celular ainda pareçam puramente acadêmicas,
não demora muito para que ela chegue aos usuários dos telefones.
Um e-mail que circulou rapidamente este ano no Líbano alertava os internautas
sobre um vírus que poderia infectar celulares por uma ligação de voz. Ele
dizia: "Se você receber uma ligação e seu telefone exibir 'INDISPONÍVEL'
na tela (para a maioria dos celulares digitais com função de exibir o número
das chamadas), não responda. Encerre a chamada imediatamente!!! Porque se você
atender a chamada, seu telefone será infectado com esse vírus."
Boato. Mikko Hypponen, diretor da empresa finlandesa F-Secure, afirma que os vírus
não podem se espalhar dessa maneira. Os celulares podem eventualmente ser
vulneráveis porque eles usam sistemas operacionais que os transformam em
"minicomputadores", dizem os especialistas.
"Você vê telefones que rodam aplicações da Microsoft, como o Excel.
[Dados] podem ser enviados por e-mail a partir de um computador para um telefone
ou um PDA [palmtop] e isso abre uma porta para um vírus no telefone", diz
Brian Petersen, diretor da Virus112, da Dinamarca.
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