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Redes na Internet
trocam muito mais que música roubada
Andy Sullivan
Os universitários à procura de música gratuita podem ter popularizado
os softwares de troca de arquivos via Internet, mas a tecnologia está
em uso por todo tipo de usuário, agora, de pessoas que desejam fazer
telefonemas ao mais baixo custo possível a exploradores polares.
Até mesmo a indústria fonográfica começou a cantar diferente, à
medida que gravadoras que durante anos travaram guerra judicial contra
as empresas de troca de arquivos agora admitem uso autorizado da
tecnologia.
"Jamais imaginei que você fosse ouvir isso de mim, mas a indústria
fonográfica vem sendo em geral bastante cooperativa", afirmou
Wayne Rosso, que está lançando um serviço autorizado chamado Mashboxx
(http://www.mashboxx.com), enquanto a Corte Suprema dos Estados Unidos
julga o processo por violação de direitos autorais movido pelas
gravadoras contra o Grokster, a empresa de software de troca de arquivos
que ele comandava no passado.
O software de troca de arquivos permite que usuários se conectem
diretamente aos computadores uns dos outros, evitando a necessidade de
recorrer aos poderosos servidores que formam a base de boa parte da
Internet. Páginas de Web, planilhas, apresentações em PowerPoint e
outros materiais usualmente armazenados em servidores podem assim ser
fornecidos ao público diretamente do disco rígido de um usuário.
Isso torna a comunicação online muito mais simples, segundo Steve
Crocker, que ajudou a desenvolver uma versão inicial da Internet quando
estava na faculdade, na década de 60.
"Quando você pensa no volume de hardware, largura de banda e
capacidade de armazenagem disponível na forma de computadores dos mais
comuns, e reflete sobre o quanto é difícil, na verdade, trabalhar em
cooperação, percebe a existência de uma grande disparidade",
disse Crocker, cujo software Shinkuro (http://www.shinkuro.com) permite
que pessoas em locais diferentes trabalhem no mesmo documento. Nesses
casos, a comunicação cifrada é usada para impedir a ação de hackers
e espiões.
Já o serviço de telefonia compartilhado da Skype Technologies (http://www.skype.com)
permite que usuários em qualquer parte do mundo conversem livremente.
E um serviço chamado Freenet (http://freenet.sourceforge.net) ajuda
as pessoas a se comunicarem em países como a China, onde o conteúdo
online é pesadamente censurado. Os usuários doam porções de seus
discos rígidos para armazenar páginas da Web e outros arquivos,
enquanto o software protege suas identidades.
Reuters
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