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Ladrões de laptop se
infiltram em eventos
da Folha de S.Paulo
Uma nova modalidade de furto de laptops foi detectada recentemente pela polícia
de São Paulo. Em vez da violência do assalto, alguns ladrões têm se
aproveitado da distração de executivos durante convenções nos hotéis da área
empresarial da zona sul.
"Já tivemos casos em vários hotéis. Um dos que não foram solucionados
foi o furto de quatro notebooks durante o horário de almoço da palestra",
contou Aldo Galiano Junior, delegado titular da 2ª Seccional Sul.
"Para chegarmos aos ladrões, as câmeras é que têm ajudado. Mas, no caso
desse hotel, não foi possível identificar quem furtou."
No hotel --localizado em frente ao 96º Distrito Policial, na avenida Luís
Carlos Berrini, zona sul--, algumas medidas de segurança foram tomadas. De
acordo com uma funcionária, os seguranças passaram a permanecer nas salas onde
acontecem as palestras durante o período de ausência dos executivos.
"Mesmo assim, não tem muito o que fazer. Colocamos câmeras, seguranças,
mas os ladrões vêm de terno e gravata e podem se passar por um participante da
convenção", disse.
De acordo com Galiano, as ocorrências aumentaram de 39 no bimestre maio/junho
para 43 em julho. O número de roubos caiu, enquanto o de furtos subiu: foram 19
roubos e 20 furtos em maio/junho contra 11 roubos e 32 furtos em julho.
Esses dados se referem à área de cinco distritos policiais, na parte nobre da
zona sul.
O delegado afirma que os roubos com armas acontecem geralmente nas grandes vias,
como a marginal Pinheiros e as avenidas Luís Carlos Berrini, Santo Amaro e
Morumbi. "A técnica que os ladrões usam é a de colocar um olheiro.
Quando ele identifica um executivo com laptop, telefona para um motoqueiro
informando a placa e a descrição do carro."
"Já o furto é mais fácil. Basta o ladrão identificar o aparelho e o
executivo se descuidar, deixando o notebook no banco do carro ou à mostra num
hotel", contou.
"O furto de laptops é mais rentável que o roubo. No roubo, tem que ter um
olheiro e um ou dois motoqueiros com armas. Quem furta está sozinho."
Galiano conta que, em média, os laptops roubados são revendidos por valores
entre R$ 1.000 e R$ 1.500.
De acordo com Galiano, é na sexta-feira que acontecem 75% das ocorrências de
roubo e furto de notebooks.
"É o dia em que o executivo pega o equipamento e leva para casa para
trabalhar no final de semana. Nos outros dias ele costuma deixa o computador no
armário, no cofre", explicou o delegado.
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