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Use a rede para se dar bem no
amor
"Tenho 38 anos e me sinto super deslocada na vida. Há poucos dias, saí
para um desses raríssimos lugares em que havia possibilidade de encontrar
homens da minha idade. Aí me deparei com um gatão de meia idade e conversamos
a noite inteira, mas ele não pediu meu telefone e tb não deu o seu. No meio da
conversa, ele me disse onde trabalha. Eu dei uma de detetive e descobri o seu
e-mail profissional. Tudo bem se eu escrever para ele? Estou louca para encontrá-lo
novamente."
Turandot, 38
Minha cara,
Acho que vc deve tomar muito cuidado para não dar uma de invasora de praia
alheia. Como o sujeito não te deu o telefone e muito menos o e-mail, ele pode
ficar meio apavorado e achar que vc é tipo uma Glenn Close em "Atração
Fatal", que vai ficar atrás dele. Os homens, em geral, odeiam mulheres que
têm essas manias persecutórias.
Já que vc gosta de dar uma de detetive, pq vc não amplia a sua investigação
virtual? Vc já olhou se o tal gatão está em algum desses sites de
relacionamentos, como Orkut ou Gazzag? Se ele estiver, vc já pode descobrir uma
porção de coisas sobre ele, como se ele tem namorada, se tem muitos amigos,
como são esses amigos etc. E vc pode convidá-lo para ser seu amigo e deixar um
"scrap" (recadinho) para ele, como se tivesse encontrado ele lá
"por acaso". É uma forma de aproximação muuuuito mais natural.
Na verdade, o ideal mesmo seria vc ir de novo ao lugar em que vcs se conheceram
para ver se não esbarra com ele por lá. Ou, quem sabe, vc não acha alguém até
mais interessante e acessível?
Agora, se vc não conseguir se controlar (o que é muito provável, já que vc
chegou ao ponto de descobrir o e-mail dele...), cuidado com o que vai escrever.
Em primeiro lugar, seja breve! Em segundo, pense em um bom pretexto: não ficou
nenhum assunto pendente na conversa de vcs? E, por fim, esteja preparada para
ser ignorada ou para ouvir um não. Com a vantagem de que um "não"
virtual é sempre melhor do que um "não" ao vivo, pelo menos.
Alessandra
Kormann, 32, é colunista do jornal "Agora" e empresária.
Trabalhou sete anos na Folha de S.Paulo, nas editorias Brasil, Especiais,
Agência Folha, Revista da Folha e Folhateen.
E-mail: alek@agora.com.br
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