Veículos da Nasa que circularam por
Marte estrelam documentário
Deborah Zabarenko
As sondas Spirit e Opportunity, que circularam por Marte por dois anos,
são as estrelas de um novo filme projetado nas telas gigantes da cadeia
Imax a partir desta sexta-feira.
Milhões de pessoas já viram às fotos
enviadas pelos carros robóticos, mas o novo filme, "Roving Mars",
organiza as imagens num filme em movimento.
Steven Squyres, principal cientista que
cuidou dos veículos e narrador do filme, disse que a obra dá aos
espectadores a sensação de estar mesmo no planeta vermelho.
"Eu tinha uma imagem mental de Marte, e
pela primeira vez, com a tela Imax, o que vi com meus olhos combinou com
essa imagem", disse Squyres numa entrevisa à Reuters.
Um dos motivos de as imagens parecerem
tão reais é que o filme é todo baseado nas fotos capturadas pelos
veículos ou em dados científicos coletados por eles.
"Cada cena que se vê é de dados reais
dos veículos, só foram processadas de modos diferentes", disse Squyres.
"Não há nenhuma foto falsa de Marte."
Uma das imagens que parece impossível —
a do veículo aterrissando no planeta — foi criada pelo artista digital
Dan Maas a partir de dados coletados dos veículos no momento do pouso.
Também aparecem no filme as milhares de
pessoas que trabalharam no projeto, nos laboratórios da Nasa e em outros
locais.
Squyres, professor de astronomia da
Universidade de Cornell, criou o projeto em 1987, mas ele demorou mais
de uma década para se concretizar, até os lançamentos, em 2003.
A luta dos bastidores antes da execução
do projeto e durante a estada dos veículos em Marte compõe a narrativa
central do filme, produzido e dirigido por George Butler, autor de
vários documentários.
Embora ele já tenha feito outros filmes
para o sistema de telas gigantes Imax, o diretor reclama da filosofia
das obras. "Não entendo por que fazem tantos filmes Imax ruins", disse
ele à Reuters. "Filmes têm de contar uma história, não importa que tipo
de filme seja. O grande problema com os filmes Imax é que eles não
contam histórias."
A introdução é narrada por Paul Newman.
"A voz dele soa como a de Deus", disse Butler. A trilha sonora é de
Philip Glass.
Reuters
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