No futuro, comunicação sem fio organizará e talvez
salvará vidas
Sinead Carew
Imagine um alerta em seu celular que informe quando um parente que tem
problemas de saúde precisa de ajuda, ou informe quando você comeu
demais, ou que você deveria evitar o caminho que usa todos os dias para
ir ao trabalho devido a riscos de contaminação biológica.
Para além da música e dos vídeos, a
comunicação sem fio pode também organizar sua vida, determinando até
quando você deve lavar suas roupas de baixo.
Isso pode soar exagerado, mas
laboratórios em todo o mundo estão explorando esse tipo de cenário, à
medida que as redes de telefonia móvel se tornam mais robustas e em meio
a iniciativas que levarão à miniaturização dos chips a um ponto em que
poderão ser instalados de forma discreta em qualquer produto.
James Canton, presidente do Institute
for Global Futures, uma consultoria de tendências, diz que chips
sensores poderão um dia ser incorporados a roupas de baixo, para enviar
alertas quanto à necessidade de se lavar as peças por meio de mensagens
de texto ou voz dirigidas a celulares.
"As roupas dirão quando é preciso
lavá-las", afirmou, e sugeriu uma possível mensagem: "Pare de usar
alvejante quando me lava, porque estou encolhendo, e se eu continuar
encolhendo você não poderá mais me vestir."
As roupas equipadas com chips também
podem ajudar lojistas a administrar estoques. Poderiam até fornecer a
consumidores que passem por um anúncio informações sobre uma promoção de
uma camisa que combina com a calça que o consumidor está vestindo.
Outros analistas prevêem o uso de
sensores sem fio em aplicações que podem salvar vidas.
O professor John Guttag, do Instituto
de Tecnologia de Massachusetts (MIT), está estudando como conectar, sem
o uso de fios, aparelhos médicos como sensores de monitoramento
cardíaco. Os dispositivos poderiam enviar alertas sobre problemas ao
celular do paciente e, em seguida, a parentes ou a um médico de maneira
automática.
"Se um paciente idoso tiver problemas
para respirar, não se pode confiar que ele seja capaz de enviar uma
mensagem ou ligar para alguém pedindo ajuda", disse Guttag, que trabalha
no departamento de engenharia elétrica e ciência da computação do MIT.
"O processo teria de acontecer automaticamente."
Reuters
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