Novo plástico' pode substituir o
silício
Cientistas americanos e britânicos afirmam ter desenvolvido um novo
plástico que pode substituir o silício e se transformar em material para
dispositivos eletrônicos. A criação do material foi divulgada na revista
científica Nature Materials.
A invenção ¿ acreditam os pesquisadores
¿ poderá também cortar os custos de televisores de tela plana e
popularizar o uso de papel eletrônico. O novo plástico é mais barato,
pois pode ser preparado usando técnicas simples de impressão, ao invés
das técnicas caras e elaboradas usadas no processamento do silício.
Os pesquisadores informaram à revista
que, até o momento, a velocidade com que polímeros conduzem eletricidade
é muito baixa para que estes materiais substituam o silício. Mas,
segundo os cientistas, esta barreira agora poderá ser superada.
Orgânico
O novo material é um polímero orgânico,
faz parte de uma classe de substâncias que são usadas para a fabricação
de todo tipo de material: de sacos de lixo a painéis de energia solar.
Esse material já é usado para fabricação de alguns dispositivos
eletrônicos.
Em 2004 a gigante de aparelhos
eletrônicos Philips anunciou a fabricação de uma tela flexível com o uso
de polímeros orgânicos. Outras companhias como a Cambridge Display
Technology usou os polímeros para fabricar componentes eletrônicos para
transmissão de energia e luz, chamados diodos.
Mas a performance desses plásticos
sempre os colocou em segundo lugar na escolha entre polímeros e silício.
A nova criação, porém, o politiofeno semicondutor, pode mudar esta
situação.
Os cientistas trabalharam no novo
plástico para que ele altere sua estrutura molecular, o que significa
que ele pode ser mais eficiente para conduzir uma corrente elétrica e
também poderá ser dissolvido em uma solução para produzir tinta.
Estas modificações dão ao material uma
vantagem sobre o silicone tradicional, que precisa ser processado em
temperaturas altas e a vácuo, um processo vagaroso, caro e que gera
muito lixo.
O novo polímero pode ser produzido
usando impressoras de jato de tinta ou técnicas semelhantes às usadas
para produzir revistas ou papel de parede.
Usos
A equipe já usou a nova técnica para a
fabricação de transistores, uma das partes fundamentais para construção
de circuitos eletrônicos. Os cientistas acreditam que o material será
usado em áreas em que o silício ainda não pode competir.
"As aplicações iniciais poderão ser
simples, como produtos eletrônicos descartáveis, seguido por pequenas
telas refletivas. No futuro, poderá ser usado em telas maiores como
telas de alta resolução", disse Iain McCulloch, um dos gerentes de
projeto na companhia britânica Merck Chemicals e um dos autores do
artigo.
Não é provável que o novo polímero vá
competir com o silício no setor de fabricação de processadores de
computador. A parte mais importante dos computadores precisa de
materiais de extrema pureza e precisão, o que não é conseguido com esses
polímeros.
BBC
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