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Franceses lançam "batalha de iPods" em São Paulo
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SILAS MARTÍ
da Ansa , em São Paulo
O grupo de franceses da "Surface to Air" (loja, agência de comunicação e restaurante) está há menos de quatro meses em São Paulo e já vem provocando "brigas sonoras". Ontem, os artistas subiram no ringue para uma "batalha de iPods", ao lado de Iggor Cavalera e sua parafernália eletrônica no clube Glória --antiga igreja da Bela Vista (centro), convertida em casa noturna.
O primeiro duelo de decibéis movido a MP3 começou de uma forma bem simples: grupos de DJs se enfrentavam em um ringue montado na pista do Glória, tocando apenas faixas de seus players pessoais. O vencedor seria indicado pela animação do público (medida em decibéis).
De um lado, Iggor Cavalera e sua mulher, a DJ Laima Leyton (residentes da casa à frente do projeto "Mixhell") e seus convidados do "Surface to Air. Do outro, Dudu Bertholini e os estilistas e amigos da grife Neon --que fizeram o Bexiga tremer da noite de ontem.
Os vencedores da primeira batalha de iPods paulistana foram a dupla de DJs e artistas plásticas Lalai e Yaya Pagh. A dobradinha Iggor Cavalera e "Surface to Air" ficou em segundo lugar, mas ganharam reconhecimento por lançar o "combate de iPods" em São Paulo.
Balada autista
Na Europa, o pequeno drive dos iPods --e outros tocadores de MP3-- têm comandado festas gigantes. A moda das baladas movidas ao gosto pessoal dos descolados do momento, turbinadas pela febre do design moderno e fones de ouvido, desembarca em São Paulo junto com a loja da "Surface to Air" --novo templo hype dos Jardins (zona oeste da capital paulista).
Festas com iPods já rolaram no clube Vegas, balada da rua Augusta que testou a moda em sua noite de inauguração, e no reduto eletrônico da Vila Olímpia, Lov.e. Rolou até uma "silent party" no edifício Copan --onde cada um escutava sua própria música e dançava à sua maneira, em uma espécie de embalo autista. Mas foi o Glória quem deu um ar "bélico" à jogada --com ringue e tudo.
Embalagem
Nessas baladas rola muito mais que som; a noite se transforma em vitrine de atitudes, exacerbada pelo confronto "fashion" --para ver quem está "na moda", mas sem perder a pose de "cool", conquistada a duras penas nos circuitos underground. Na embalagem, entram artes visuais, moda, design e música.
Os iPods, assim como as criações de estilistas, são levadas à sério como bandeiras tribais e viram arma de guerra. A idéia é esvaziar e expor todo o conteúdo do player em noitadas de "ego-exaltação".
Por isso o "Surface to Air" embarcou na onda: se auto-proclamando "independente e livre", a marca uniu moda e design ao comportamento, atacando a metrópole com a primeira loja da marca parisiense no hemisfério sul, aliada a uma guerra de "egos musicais".
O diretor do grupo no Brasil, Sebastien Orth, diz que planeja lançar novas coleções em parceria com estilistas brasileiros e promover mais noites de badalação. O desafio é não deixar esgotar a bateria --nem de dia, nem de noite.
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