Celulares de luxo viram relíquias

BASILÉIA - Os celulares de luxo querem se tornar rivais dos relógios feitos a mão para os consumidores mais sofisticados.

Especialmente os viajantes de negócios que dependem de aparelhos digitais para saber as horas no exterior.

Na Baselworld, a feira anual do setor de relojoaria e jóias, celulares enfeitados por diamantes e safiras foram exibidos ao lado de tradicionais acessórios para os pulsos. Alguns dos aparelhos incluíam recursos que permitem acompanhar vôos, calcular câmbio e verificar o clima instantaneamente.

A Vertu, divisão de produtos de luxo da Nokia, maior fabricante mundial de celulares, exibiu modelos esguios com preços de entre 4,35 mil e 310 mil dólares, em seu estande em Basiléia, a poucos passos de distância da nova coleção de relógios da herdeira Paris Hilton, em um dos seis imensos pavilhões de exposição, repletos de visitantes.

Alberto Torres, presidente da Vertu, disse que muitos dos clientes mais jovens da empresa estão mais interessados em celulares do que em relógios, ao contrário da clientela mais tradicional, que demonstra profunda lealdade a fabricantes de relógios de luxo como Patek Philippe, Rolex ou Cartier.

Porque estão sempre com os celulares nas mãos, ou os deixam sobre mesas de jantar e os exibem de outras maneiras, Torres afirmou que muitas pessoas prósperas estão cada vez mais conscientes da imagem que seus aparelhos celulares projetam.

"O celular tornou-se elemento importante de estilo de vida. O aparelho diz alguma coisa sobre o usuário."

As vendas da Vertu cresceram 140 por cento no ano passado, e devem crescer em mais de 100 por cento em 2007, disse Torres, recusando-se a informar o total em dólares.

A Vertu é um dos menores segmentos da Nokia e ao mesmo tempo um dos mais lucrativos. A unidade está se aproximando da marca dos 100 mil celulares vendidos ao ano, disse Torres.

Como a maioria dos segmentos de produtos de luxo, os celulares de alto preço se beneficiaram do aumento do número mundial de milionários, bem como do rápido crescimento econômico em países como China, Índia e Rússia. As pessoas ricas do Oriente Médio também passaram a procurar mais símbolos de status, com o recente boom das commodities

 

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