Internautas não gostam de ter dados usados por sites, diz estudo
 
Muitas pessoas estão desconfortáveis com web sites que criam conteúdos personalizados a partir de dados pessoais coletados dos internautas, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.

"Há um fator arrepiante e um medo do desconhecido com os quais as pessoas não querem lidar", disse Michelle Warren, analista sênior do Info-Tech Research Group, no Canadá. "A noção de que há uma questão de privacidade com relação às contas de email ainda é uma questão muito pessoal para alguns", acrescentou a analista.

Quase 60% dos 2.513 entrevistados nos Estados Unidos em uma pesquisa da Harris Interactive disseram que não se sentiam confortáveis quando sites utilizam informações sobre suas atividades na Internet para personalizar conteúdo ou anúncios.

As conclusões do estudo podem abrir caminho para que gigantes da Internet passem a oferecer aos seus usuários mais benefícios tangíveis em troca da perda de sua privacidade, como descontos em ingressos de cinema ou na compra de eletrônicos, disse Alan Westin, da Columbia University, que ajudou a elaborar a pesquisa. "Sistemas de busca gratuitos ou sites de redes sociais fazem parte do DNA do usuário de Internet e uma forma de amenizar a antipatia às ações de marketing é oferecer benefícios aos usuários", disse Westin em entrevista.

Enquanto as barreiras da privacidade ainda não chegam a ponto de forçar os usuários de Internet a boicotar algumas aplicações, isso pode mudar na medida em que os internautas comecem a entender a extensão do uso de seus dados pessoais. "O que acontece é que as pessoas repentinamente se dão conta de que já forneceram informações pessoais suficientes para compor uma campanha publicitária e o pessoal de marketing faz a transição da conveniência para a invasão", disse Colin McKay, do gabinete da Comissão de Privacidade do Canadá.

A pesquisa mostrou que os usuários mais jovens estão mais confortáveis com a distribuição de conteúdo personalizado, especialmente no grupo entre 18 e 43 anos, que lideram essa tendência.

Reuters

 

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