Felipe Zmoginski, do Plantão INFO
SÃO PAULO - Brasileiro que
desbloqueou iPhone 3G diz que
desejava mostrar a criatividade dos
hackers brasileiros.
O programador de 25 anos Breno
MacMasi e seu amigo Paulo Stool, 22,
conseguiram desbloquear o iPhone 3G
antes de famosos grupos hackers,
como o iPhoneDevTeam - que também
apresentou solução para desbloqueio,
porém horas depois.
Breno, que possui uma pequena
empresa de manutenção de iPhones,
disse que trabalhou dois dias em
parceria com seu amigo Paulo para
chegar a uma solução para abrir o
telefone 3G da Apple.
“Fiquei um pouco chateado com a
repercussão. Nos Estados Unidos, eu
seria um herói, mas aqui estão me
tratando como um picareta”, diz
Breno, que se tornou uma referência
internacional após abrir o telefone
da Apple.
Os sites estrangeiros Gizmodo e
Engadget publicaram notas com links
para seu
vídeo exibindo o iPhone 3G funcionar
com um chip da TIM.
Para abrir o telefone da Apple,
Breno e Paulo estudaram o firmware
2.0 do iPhone 3G desde a
quinta-feira (10), quando o
aplicativo vazou na web, antes mesmo
do início das vendas do aparelho nas
lojas dos Estados Unidos, Europa e
Ásia.
“Como tínhamos experiência com a
versão anterior do iPhone, foi um
pouco mais fácil para nós, mas só
conseguimos por as mãos num telefone
3G na manhã de segunda feira.
Pegamos um aparelho 3G de 8GB
comprado nos Estados Unidos”, conta
Breno.
Os hackers dizem que usaram uma
solução de software e hardware para
abrir o aparelho. Além do trabalho
de programação, é preciso aplicar um
adaptador no chip brasileiro.
“Usamos um TurboSIM modificado, é
uma espécie de película que
aplicamos no chip para fazê-lo
funcionar no telefone”, diz Breno.
O hacker diz que não sabe mais se
vai oferecer serviços de
desbloqueio, pois ficou chateado com
a repercussão do desbloqueio, que
ele considerou às vezes negativa
para ele. “Já recebi e-mails com
ameaças. Vou avaliar bem como agir”,
diz.
Breno conta que seu desejo era
“mostrar que o brasileiro pode ser
tão ágil e criativo quando os
hackers americanos”. “Meu objetivo é
mostrar que temos criatividade e, se
possível, arrumar um emprego formal
numa empresa de tecnologia”, conta.