BURBANK - Quando as luzes se
enfraquecem e o maestro levanta os
braços, a platéia fica em silêncio:
é a noite de estréia da The
Metropolitan Opera - mas esses
espectadores estão a centenas de
quilômetros de distância.
A aposentada Ellen Gifford está
sentada segurando um saco de pipoca
e um refrigerante, na sala de
exibição do AMC Burbank 16. Por 22
dólares, Gifford não precisa usar
trajes de festa nem pagar uma
fortuna por um lugar ou voar até
Nova York para assistir ao
espetáculo.
“Não me entenda mal, eu adoro a
atmosfera da ópera ao vivo”, ela
explica, “(mas) está fora do meu
alcance financeiramente.”
Como Gifford, um crescente número
de pessoas está trocando os palcos
pelas telas de cinema mais próximas,
que são equipadas para exibir
imagens transmitidas por satélite.
Os produtores estão ganhando uma
nova audiência por um custo muito
baixo e donos de cinemas lotam suas
salas em horários livres.
“É a próxima grande novidade da
performance ao vivo”, disse Rory
Buer, presidente da Sony Pictures
Releasing, que transmitiu o
espetáculo “Delirium”, do Cirque du
Solei em agosto e, em setembro, o
musical Rent, da Broadway.
“De certa forma, você continua
sendo parte do show”, ele comentou.