Estudantes do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (
MIT, na sigla em inglês) desenvolveram um sistema
vestível que transforma qualquer superfície em uma tela interativa. O usuário pode evocar dispositivos virtuais e dados da
internet e dispensá-los como fumaça depois de usá-los. O projeto foi mostrado no TED (Technology, Entertainment, Design), conferência anual nos Estados Unidos, de acordo com o blog
Wired. Patti Maes, do grupo de Interfaces Fluidas do laboratório, disse que a pesquisa está focada na criação de um novo "sexto sentido" digital para humanos.
No mundo tátil, ela explicou, usamos nossos cinco sentidos para captar informações do ambiente e responder a ele, mas muitos dos dados que nos ajudam a entender e responder ao mundo não vêm destes sentidos, mas de computadores e da internet. O principal objetivo do projeto é aproveitar os computadores para nos alimentar com informações de uma maneira mais orgânica, como os nossos sentidos o fazem.
O protótipo foi construído a partir de uma webcam comum e de um projetor pilha unido a um espelho, tudo conectado a um celular ligado à internet. O dispositivo, que tem custo total inferior a US$ 350 (pouco menos de R$ 800), permite ao usuário projetar toda a informação do celular em qualquer superfície - paredes, o corpo de uma outra pessoa ou até mesmo na palma da mão.
Na palestra, Maes mostrou um vídeo em que seu aluno Pranav Mistry - apresentado por ela como "o cérebro por trás do projeto" - utiliza o dispositivo, pendurado ao pescoço como um colar. A câmera distingue seus dedos em função dos marcadores coloridos (azul, verde, vermelho e amarelo) colocados em cada um deles, e reconhece os movimentos da mão com um software criado por Mistry.
Os gestos podem ser simples, como usar os dedos e polegares para criar a figura de um frame, mostrando à cãmera que ela deve tirar uma foto, que é salva no celular. Quando Mistry volta ao laboratório, projeta as imagens em uma parede e começa a trabalhar no tamanho delas. O vídeo mostra ainda Mistry segurando um jornal no metrô: enquanto lê o jornal, ele projeta sobre a página um vídeo que dá mais informações sobre o tópico que ele está lendo.
Maes e Mistry, segundo a Wired, vêm trabalhando no projeto há quatro meses, dia e noite, e registraram uma patente sobre ele. O grupo de Maes no MIT inclui outros sete estudantes.
A primeira apresentação pública do projeto ocorreu no TED, embora o grupo esteja longe de criar um produto comercialmente viável. Mas Maes disse que estão realmente empologados com o seu potencial. Recentemente, o grupo soube que fabricantes de celular têm planos de lançar aparelhos com projetores integrados, o que simplificaria ainda mais o sistema criado por eles.
O TED é uma conferência que se realiza nos Estados Unidos desde 1984, para apresentar, compartilhar e debater idéias em torno dos três temas - tecnologia, entretenimento e design. A edição deste ano termina neste sábado. O site oficial (em inglês) tem informações, fotos e vídeos, e pode ser acessado pelo atalho http://tinyurl.com/94wt5p.
Redação Terra