O inverno nem bem havia chegado em São Paulo, mas os termômetros e os poucos guarda-chuvas estirados na Avenida Paulista apontavam 13 graus de uma garoa fina e insistente na noite de quarta-feira. Perto dali, na tradicional Rua Augusta, com o mesmo cenário de madrugada abandonada, um único lugar parecia ainda fervilhar de pessoas dispostas a encarar às adversidades do tempo. Era a casa de shows Studio SP, lotada, prestes a receber o trio de rock cuiabano Macaco Bong.

Fenômeno recente, o grupo ganhou notoriedade ano passado, depois que lançou um disco em parceria com a gravadora Trama, e passou, com a ajuda da mesma, a disponibilizar seu álbum inteiro na internet, incluindo encarte, extras e vídeos exclusivos.

Hoje, segundo o baixista Ney, grande parte da prosperidade da banda vem do esforço da Trama em trazer o download remunerado para o universo musical de uma maneira bem simples: o usuário baixa gratuitamente o disco da banda e um patrocinador paga ao grupo por isso.

“Assim se estabelece uma conexão social; é uma gravadora que não parou no tempo”, diz o músico, expondo sua vontade em tornar o acesso à música algo mais justo para todas as partes.