A Microsoft planeja oferecer aos usuários de seu novo navegador de internet a capacidade de impedir que certos sites recolham informações sobre eles, como parte dos esforços da empresa para prevenir a introdução de legislação federal quanto à privacidade online.
O recurso opcional, conhecido como "proteção contra acompanhamento", se baseia em tecnologia desenvolvida para a versão atual do navegador Microsoft. O recurso não recebeu destaque porque a maior produtora mundial de software estava tentando encontrar um equilíbrio entre as exigências de privacidade dos consumidores e o desejo dos anunciantes de recolher dados sobre os usuários.
A Microsoft informou que a tecnologia se baseia no InPrivate Filtering, um recurso pouco usado do Internet Explorer 8 que permite que certos sites sejam bloqueados, mas que tinha de ser ativado a cada vez que o navegador era aberto.
Existe crescente preocupação quanto a sites e anunciantes que empregam tecnologia de acompanhamento da navegação de usuários na internet a fim de criar perfis sobre eles, e em geral sem seu conhecimento ou permissão explícita.
Na semana passada a Federal Trade Commission dos Estados Unidos apoiou a criação de uma opção de bloqueio de acompanhamento que limitaria a capacidade dos anunciantes para recolher dados sobre consumidores online. Os anunciantes em geral se opõem à ideia, e diversos políticos do Partido Republicano, que assumirá o controle da Câmara dos Deputados no ano que vem, criticaram a legislação como possível obstáculo ao comércio na internet.
A Microsoft está tentando satisfazer os milhões de usuários do mais popular navegador do mundo, enquanto ainda assim acumula receita junto aos anunciantes, em seu esforço para recuperar o atraso com relação ao Google, a companhia líder na Internet.
Muitos anúncios e elementos invisíveis na Web, de informação sobre o clima a cotações de ações e vídeos, são capazes de carregar automaticamente o endereço de internet de um usuário e a página de Web que ele esteja visitando. Usando "cookies", ou séries de dados salvos pelo navegador, com o tempo os sites podem criar um perfil de cada usuário.
Reuters