O site WikiLeaks enfrenta dificuldades financeiras e perde mais de US$ 620 mil dólares por semana desde que começou a divulgar as notas de diplomatas americanos, afirmou o fundador do portal, Julian Assange, em uma entrevista aos jornais suíços La Tribune e 24Heures.
Indagado se as pressões sofridas poderão acabar com suas atividades, Assange explicou: "do ponto de vista pessoal, não. Eu diria, inclusive, que as pressões fortalecem minha determinação. Mas do ponto de vista financeiro, é outra coisa".
"Perdemos mais de 600 mil francos suíços (US$ 620 mil dólares) por semana desde que começou a difusão dos telegramas diplomáticos. Para continuar com nossas atividades, será necessário de uma maneira ou de outra recuperar este dinheiro", afirmou.
O australiano, que atualmente se beneficia de um regime de liberdade condicional no Reino Unido, espera um processo para uma possível extradição para a Suécia, onde é processado por "agressões sexuais".
A data de seu processo deve fixada durante uma audiência prevista para a próxima terça-feira em Londres. Julian Assange desmentiu os rumores de que teria apresentado um pedido de asilo na Suíça, mas disse que a questão continua em aberto.
"Estamos refletindo sobre o país mais apropriado em termos de segurança para mim e minha equipe. Nada está decidido. A Suíça continua sendo uma possibilidade", afirmou. "Tampouco excluímos a Austrália".
O vazamento WikiLeaks No dia 28 de novembro, a organização WikiLeaks divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos - o que provocou a reação de diversos países e causou constrangimento ao governo dos Estados Unidos. Alguns documentos externam a posição dos EUA sobre líderes mundiais.
Em outros relatórios, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que os representantes atuem como espiões. Durante o ano, o WikiLeaks já havia divulgado outros documentos polêmicos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, mas os dados sobre a diplomacia americana provocaram um escândalo maior. O fundador da organização, o australiano Julian Assange, foi preso no dia 7 de dezembro, em Londres, sob acusação emitida pela Suécia de crimes sexuais.
AFP