Rogerio Jovaneli, de INFO Online
SÃO PAULO – No estado Amazonas há dois anos, Aldo Procópio, pesquisador do
Instituto de Ciências Médicas da USP, estuda a produção de plástico
biodegradável a partir de microorganismos dos rios amazônicos.
Procópio estuda as bactérias que acumulam polímeros, moléculas formadas
quando duas ou mais moléculas, chamadas monômeros, se combinam umas às outras.
O objetivo da pesquisa é reduzir o uso do plástico derivado do petróleo e
contribuir de forma significativa para a preservação do meio ambiente.
Enquanto o material derivado do petróleo leva quase 400 anos para se degradar
no meio ambiente, o bioplástico é degradado em seis meses.
O pesquisador iniciou os estudos começaram com o isolamento das bactérias
coletadas dos rios amazônicos, principalmente o Negro, Solimões e o Madeira.
Segundo ele, no período da seca e baixa dos rios, ocorre uma escassez de
nutrientes, o que favorece o desenvolvimento de microorganismos com potencial
para estocar fonte de carbono em seu interior e nos fornecer o biopolímero.
O estudo também indica que outros produtos podem ser desenvolvidos a partir
do biopolímero, como remédios, fio de sutura, pinos de sustentação de ossos
utilizados em cirurgias ortopédicas, cápsulas que envolvem medicamentos e
embalagens de descarte rápido.
A pesquisa faz parte do Programa de Desenvolvimento Regional (DCR) da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
O DCR tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq/MCT) e consiste em apoiar com bolsas, passagens e auxílio,
doutores titulados em outros estados e no Amazonas interessados em desenvolver
pesquisas em instituições localizadas no Amazonas, fixando-os na região.