É como se, ao responder imediatamente a uma mensagem que
aparece na telinha do smartphone, a pessoa sinalizasse para
seu interlocutor: "Está vendo como sou eficiente?". Há cinco
anos, as empresas disponibilizavam o smartphone somente para
os executivos de alto escalão. "Ter um deles era sinônimo de
status.
Quem recebia se sentia reconhecido pela empresa",
diz Fabiano Kawano, especialista em recrutamento da Robert
Half, consultoria com escritório em São Paulo. Atualmente,
as companhias passaram a perceber a importância dos
smartphones como mecanismo de flexibilização do trabalho e
agilidade nos processos de decisão. No Google, todos os
funcionários têm um celular corporativo com acesso à
internet por causa do investimento da empresa na nova
tecnologia Android.
No entanto, a companhia paga a conta do plano de dados
somente para aquele funcionário cuja atividade necessite que
ele esteja disponível fora do escritório. "A gente não
espera que todas as pessoas respondam a uma mensagem ou
atendam ao celular às 21h de uma sexta-feira", diz Felix
Ximenes, diretor de comunicação e políticas públicas do
Google. A diretora de negócios para o varejo, Claudia Sciama,
de 34 anos, costuma desligar seu aparelho quando deixa o
escritório do Google, em São Paulo, no final da tarde.
"Enquanto estou com meu filho [Felipe, de 1 ano], eu
dedico meu tempo inteiramente a ele. Não chego nem perto do
telefone. Mas, assim que ele dorme, eu me reconecto e checo
se recebi emails. É necessário porque consigo sair mais cedo
e não preciso parar de trabalhar", diz.