Muitas mudanças no setor de TI devem acontecer nos próximos quatro anos com o crescimento da popularidade da cloud computing. A opinião é de Maurício Ruiz, diretor de Segmento Corporativo da Intel. Segundo o executivo, as empresas de hardware terão de investir muito em segurança e em infraestrutura para garantir um bom acesso às tecnologias na nuvem.
"Com a nuvem, se pensa que a infraestrutura de hardware é infinita. Ela não é. Precisamos fazer muitas atualizações para garantir a segurança e a velocidade na nuvem", disse Ruiz. O especialista da Intel diz também que o aumento massivo dos conteúdos em 3D faz crescer a demanda por processadores mais potentes.
Outra preocupação do mercado é com espaço físico. Com a migração, os cabos estão saindo das empresas e indo para os terceirizados - Ruiz afirma que deverá ser economizado cerca de um bilhão de quilômetros de cabeamento de rede. "Com a nuvem, as pessoas pensam que não se ocupa espaço. Isso é uma ilusão. Devemos diminuir o espaço utilizado hoje. Senão, não será mais possível aumentar significativamente a escala", explicou.
Segurança
No quesito segurança, os maiores esforços de desenvolvimentos se voltam para a criptografia. Mas há mais aspectos em jogo. "Tudo terá de ser homologado, validado, certificado", afirma Ruiz.
O arquiteto de computação em nuvem da Microsoft, Otávio Pecego, acredita que o usuário deve se responsabilizar mais. "Ele é o dono da senha. Ele é o dono da chave. Na nuvem, pode ser mais ou menos seguro que no sistema tradicional. Depende muito do usuário", explica.
Automação
Uma das principais vantagens da computação em nuvem é a automação dos processos nas empresas. "Hoje os recursos são alocados manualmente. Nos próximos anos isso será automático", diz Ruiz.
Software
Apesar da escala recente de migrações para a computação em nuvem, os recursos já existem na cloud há bastante tempo, há pelo menos 15 anos. Como exemplos, basta pensar nos serviços de e-mail como o Gmail ou o Hotmail. A quantidade de usuários também já é alta. De acordo com dados do Google de dezembro de 2010, o Gmail conta com 193,3 milhões de usuários mensais.
Já o Hotmail, segundo a Microsoft, tem mais de 300 milhões de usuários fixos. A tendência é que essa escala cresça ainda mais. E Otávio Pecego acredita que o aumento do volume de usuários empresariais deve, sim, gerar cada vez mais economia às empresas.
"As empresas poderão oferecer softwares muito mais baratos, especialmente as grandes. Como elas são especializadas podem negociar com o alto volume de demanda. As pequenas empresas de TI poderão menos. É como uma grande rede de supermercado competir com o mercado da esquina. A capacidade de investimento das empresas aumenta", diz Pecego.
Migração de pequenas e grandes empresas
Outra tendência constatada é a de que as grandes empresas passarão a migrar para a nuvem com o tempo. A avaliação é de que elas já têm uma TI otimizada, mas as questões de custo e de investimento farão com que abandonem parte da estrutura na computação tradicional .
"Já se tem notícia de que a Coca-Cola migrou (para a cloud). A movimentação é mais lenta nas grandes empresas, mas elas ocorrerão", conclui Pecego.
Já para a analista da consultoria ABI Research, Subha Rama, colunista do site Examiner.com, as empresas que já trabalham fortemente com Software como Serviço continuarão sendo os grandes players dos próximos anos. "Google, Microsoft, Salesforce.com, Ariba e Concur. Eles já estão vendo crescimento impressionante e continuarão crescendo", diz Subha.
Ela também confirma a tendência de as pequenas empresas migrarem. Segundo Subha, as organizações com até 20 funcionários estão sendo as primeiras. As maiores devem migrar por meio de "fases".
A analista, no entanto, acredita que muitas coisas precisam "amadurecer" em termos de software na nuvem. "Os acordos de qualidade de serviço precisam amadurecer. Isso pode ser resolvido com mais segurança. Os provedores dos serviços também terão que entregar serviços na nuvem de verdade, com escala, flexibilidade e baixo custo", conclui Subha.
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