Os testes foram feitos em ratos de laboratório, implantando circuitos
destinados a liberar um medicamento bactericida destinado a proteger uma
abertura cirúrgica intencionalmente infectada.
Antes do implante, os
pesquisadores programaram o circuito para começar a se degradar depois
de ficar exposto por um determinado tempo aos biofluidos.
Examinando as cobaias depois de três semanas, a equipe verificou uma
redução na infecção no local da cirurgia e detectou apenas traços
residuais do circuito eletrônico.
Lixo eletrônico biodegradável
A reabsorção - a biodegradação dos circuitos implantados - também
pode ser acionada por calor, radiação, variações no pH e outros fatores
ambientais.
Por isso, os cientistas não descartam a possibilidade do uso mais
geral da técnica, eventualmente para combater o acúmulo de lixo
eletrônico.
"Os circuitos eletrônicos transientes oferecem um desempenho robusto,
comparável ao dos equipamentos tradicionais, mas eles serão reabsorvidos
pelo ambiente em um tempo programado, que pode ir de minutos a anos,
dependendo da aplicação," disse Fiorenzo Omenetto, membro da equipe.
Embora o estudo agora publicado tenha analisado um implante médico
específico, a equipe já construiu diodos, bobinas, sensores de
temperatura e tensão, fotodetectores, células solares, osciladores de
rádio e até uma câmera digital muito simples, tudo usando a sua
eletrônica transiente.