Está na dúvida se deve ou não desenvolver para o
Windows 8? O sistema operacional da
Microsoft foi lançado no último dia 26 e vendeu 4 milhões de cópias nos
primeiros quatro dias. Mesmo assim, desenvolvedores têm se questionando se devem
ou não embarcar na criação de apps para a plataforma.
A
Microsoft se mostra bastante otimista e preocupada em apoiar
desenvolvedores, pois sabe muito bem que o sucesso do sistema depende muito do
que ele pode oferecer em termos de aplicações. Paulo Iudicibus, diretor de novas
tecnologias e inovação, destaca alguns pontos que julga fundamentais na hora de
decidir se é válido ou não trabalhar em cima do
Windows 8. O primeiro deles é a monetização dos apps.
De acordo com o executivo, as empresas tradicionalmente pagam 70% do valor
faturado com o app ao desenvolvedor, mas a
Microsoft está investindo em um novo acordo. O criador que vender mais de
US$ 25 mil poderá receber 80% do valor faturado.
O diretor ainda lembra que é possível reaproveitar bastante os códigos usados no
Windows 7 e
Windows XP, especialmente no
Windows 8 RT – versão do sistema que usa arquitetura ARM. Porém, ele mesmo
lembra que haverá um desafio aos desenvolvedores: o design. Como a nova
plataforma da
Microsoft tem uma visual completamente diferente, os developers terão de
prestar mais atenção neste detalhe. Por conta disso, a companhia está oferecendo
um guia de boas práticas de design aos interessados.
"Vamos apoiar os 'early adopters' [pessoas que adotam tecnologias novas mais
cedo], mas sabemos que em todas as versões do
Windows acontecem adesões tardias. Na nossa visão, haverá muito interesse
das empresas que estão com
Windows XP em pular direto para o
Windows 8", disse em entrevista ao Olhar Digital.
O CIO da Web Carioca, André Paumgartten, é um dos que tem apostado no
Windows 8. Segundo ele, sua experiência na criação de aplicações para a
plataforma tem sido positiva. Há cerca de um ano, ele e sua equipe têm investido
na criação de apps para o sistema, época em que
Microsoft liberou a primeira versão pública para desenvolvedores. De lá pra
cá, a plataforma sofreu diversas evoluções que foram acompanhadas gradativamente
até a versão final.
"Temos diversas aplicações que rodavam no antigo ambiente e que foram adaptadas
à nova realidade, pensando em interface touchscreen e outras facilidades
permitidas no
Windows 8", explica.
Ele conta que na atual versão do Windows, o desenvolvimento ficou muito mais
ágil e hoje existem diversas ferramentas que facilitam tanto o desenvolvimento
quanto a entrada nesse mundo. André destaca que o mesmo código usado em
desenvolvimento mobile pode ser usado em desktops, servidores e cloud.
Outro ponto positivo, de acordo com o CIO, é que a
Microsoft tem a seu favor o maior número de desenvolvedores em suas
linguagens (Visual Basic e C#); Além disso, o Visual Studio permite ainda a
utilização de outras linguagens em sua IDE (Integrated Development Environment ou Ambiente Integrado
de Desenvolvimento, em português), como o Java, por exemplo.
"Já fizemos desenvolvimentos para outras plataformas como iOS e Android, a
grande vantagem dos aplicativos focados em
Windows 8 e do
Windows Phone é a questão da portabilidade", finaliza.
Previsões
Apesar do incentivo da empresa aos desenvolvedores, as previsões de adoção não
têm sido das melhores. A Gartner estima que 90% das grandes corporações não vão
aderir ao novo sistema operacional plenamente. Michael Silver, analista da
empresa, afirmou que apenas 20% dos PCs dentro dessas companhias rodarão o SO.
Segundo a empresa, este pequeno percentual de adoção só deve atingir seu ápice
na época em que a
Microsoft lançar um substituto para o
Windows 8, ou seja, quando ele estiver praticamente obsoleto.
A consultoria aponta que o
Windows 7 ainda tem um longo caminho para percorrer. Cerca de 20% de seus
clientes ainda não finalizaram a migração do XP para o sucessor, e 60% deles só
o substiruirão em 2013. Outros 15% afirmaram que acabaram de iniciar o processo
de troca e 5% ainda nem começaram.
Na verdade, toda questão é vista como uma bola de neve: se os desenvolvedores
não criarem conteúdo para a plataforma, com medo da pouca adoção, os clientes
não se atrairão por um sistema sem diversidade de apps. Ou seja, uma coisa
depende da outra.
Se você quer esclarecer mais dúvidas, acesse
aqui um site da companhia sobre desenvolvimento para
Windows 8, e saiba
aqui porque analistas do Gartner acreditam que o sistema não deve pegar no
meio corporativo. Aproveite para deixar sua opinião nos comentários: Se empolgou
para desenvolver ou vai se arriscar em outras plataformas?
Olhar Digital