O pesquisador alemão Günther Theile estava tão certo disso que idealizou um sistema de som tridimensional, onde a localização de cada fonte de som pode ser definida com precisão.
Sua proposta teórica foi agora colocada na prática por Pablo García Valenzuela, da Universidade Nacional Autônoma do México - e com alguns melhoramentos.
Segundo o músico, ele redefiniu o conceito de sistema de som multicanal automatizado, encarando-o "como um instrumento musical e, a partir dessa premissa, desenvolvemos uma programação que permite apreciar a música de maneira tridimensional".
O resultado foi batizado de LASS (Localizable Acoustic Space Scenes), ou Sistema Multicanal 15.x, para facilitar.
Som tridimensional
Theile havia proposto usar cinco microfones no estúdio de gravação para captar todas as fontes sonoras. Mas Valenzuela teve a ideia de acrescentar um sexto microfone ajustado verticalmente.
O processamento dos sons integra todas as fontes, criando na reprodução uma "projeção de som".
"Quando percebemos um som, como um sino ou um apito, de fato ouvimos tridimensionalmente, conforme as ondas transmitidas a partir de seu ponto de origem refletem-se em nosso ambiente," explica Valenzuela.
Assim, ouvimos o som a partir de três direções independentes, equivalentes ao eixo X (esquerda-direita), eixo Y (à frente-atrás) e eixo Z (acima-abaixo). Foi isto que ele se propôs a fazer em seu sistema.
Segundo o pesquisador, esse tipo de reprodução musical permitirá explorar novas formas de compor e ouvir música, em que mesmo os instrumentos podem "mover-se" de um lugar para outro, ou serem posicionados em diferentes locais dentro da mesma composição.
Inovação Tecnológica