Agora, cientistas australianos estão equipando milhares de abelhas com "mochilas eletrônicas", transformando-as em autênticos sensores vivos.
O objetivo é monitorar os insetos com vistas a melhorar seu trabalho de polinização em culturas comerciais e tentar elucidar o mistério da chamada "Desordem do Colapso das Colônias", uma condição que vem dizimando colônias de abelhas em várias partes do mundo.
Quem está por trás do experimento é um brasileiro, Paulo de Souza, atualmente trabalhando no instituto CSIRO.
"Cerca de um terço da comida que comemos depende de polinização, mas as populações de abelhas melíferas em todo o mundo estão caindo por causa do ácaro Varroa e da Desordem do Colapso das Colônias," disse Paulo.
Para agir, ele e sua equipe estão instalando circuitos de 2,5 x 2,5 milímetros em 5.000 abelhas, e soltando-as de volta na natureza.
Dos pontos de coleta, as informações são enviadas a uma central onde os dados dos sensores são usados para construir um modelo tridimensional, permitindo a visualização das rotas dos insetos através da paisagem - é o que Paulo chama de "sensoriamento de enxame".
"As abelhas são insetos sociais que retornam ao mesmo ponto e operam segundo uma programação muito previsível. Qualquer mudança no seu comportamento indica uma mudança em seu ambiente. Se pudermos modelar seus movimentos, poderemos reconhecer muito rapidamente quando sua atividade apresentar variação, e poderemos identificar a causa. Isso nos ajudará a entender como maximizar sua produtividade, bem como monitorar qualquer risco de biossegurança," disse o Dr. Paulo de Souza.
Paulo é formado em física pela Universidade Federal do Espirito Santo, e atualmente colabora com a NASA na coleta de dados dos robôs Spirit e Opportunity, que estão em Marte.
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