Memória de movimento
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram músculos artificiais que podem aprender e lembrar movimentos específicos.
Esta é a primeira vez que controle de movimento e memória foram combinados em um material sintético.
O movimento do músculo artificial pode ser manipulado, armazenado, lido, e restaurado de forma independente. Isto significa que o material pode aprender e se lembrar mais tarde de uma variedade de movimentos diferentes.
Isto é comparável à memória muscular biológica. Lembre-se, por exemplo, de quando você aprendia a andar de bicicleta ou quando dava os primeiros acordes em um instrumento musical: depois de dominada a técnica, você desenvolve uma "memória motora" e passa a fazer aquelas ações sem precisar estar consciente delas.
Devido à sua capacidade de mimetizar o movimento dos músculos naturais, os músculos artificiais, feitos de um tipo especial de plástico, poderão ser utilizados em uma ampla gama de aplicações, incluindo a robótica, aplicações aeroespaciais e exoesqueletos biomédicos.
Memória polimérica eletromecânica
Embora já existam músculos artificiais (atuadores) metálicos e poliméricos capazes de se lembrar de seus formatos anteriores - são os chamados materiais com memória de forma -, movimento e memória ainda não haviam sido incorporados no mesmo material.
O novo material foi batizado por Alexandre Khaldi e seus colegas de "memória polimérica eletromecânica".
Depois de modificar quimicamente tiras finas do plástico flexível - disponível comercialmente e utilizado em baterias e células de combustível - a equipe programou uma variedade de formas em diferentes temperaturas, ensinando o músculo artificial a lembrar o movimento associado com cada forma.
Os movimentos podem ser recuperados mais tarde um por um simplesmente fazendo o material retornar à temperatura usada para programar cada um dos movimentos.
A forma e o movimento são reversíveis: os estados restaurados podem ser repetidos milhares de vezes usando uma baixa tensão, entre 1 e 2 volts.
Estas baixas tensões e a biocompatibilidade dos músculos artificiais poderão viabilizar a criação de dispositivos bioimplantáveis, segundo a equipe.
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