ONU pede aos adultos que ouçam as crianças

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu na quarta-feira aos adultos de todo o mundo que mudem radicalmente a maneira com que lidam com os 2 bilhões de crianças do planeta, propondo a pais e autoridades mais atenção a questões que variam da epidemia de Aids ao problema das guerras.

O Unicef (fundo da ONU para a infância) disse em seu relatório anual sobre a situação das crianças no mundo que se deve levar mais em conta as opiniões delas. Isso exige, segundo o texto, "uma mudança radical no pensamento e comportamento dos adultos, de um mundo definido exclusivamente por eles para um em que as crianças contribuam para a construção do tipo de mundo em que elas queiram viver".

Se as idéias infantis fossem levadas em consideração, diz o Unicef, haveria ações inovadoras contra a Aids, pela melhora da educação e até contra futuros atentados terroristas.

"Podemos argumentar que o fracasso na maneira de lidar com as crianças em algum momento leva ao terrorismo posteriormente", disse Carol Bellamy, diretora-executiva do Unicef, ao apresentar o relatório, na Cidade do México.

"Se é para falar de armas de destruição real, essas são os jovens que não têm oportunidades de trabalho, saúde e educação", afirmou.

Segundo o relatório, há 150 milhões de crianças desnutridas nos países pobres, 120 milhões que não vão à escola e 180 milhões trabalhando. Desde 1990, mais de 2 milhões de crianças morreram e 6 milhões ficaram gravemente feridas em guerras.

Enquanto isso, 14 milhões de pessoas com menos de 15 anos perderam o pai e/ou a mãe por causa da Aids. A cada dia, 6 mil jovens são infectados pela doença

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