Reforma agrária chega perto
das cidades
O ministro do
Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, que deve anunciar, nos próximos
dias, um reforço no orçamento oficial de sua pasta, promete fazer uma reforma
agrária melhor do que a da gestão Fernando Henrique. O governo Lula, no
entanto, entrou no segundo semestre do ano sem estabelecer metas ou se
comprometer com quantidade de assentados. Evita definições para escapar de
cobranças ou armadilhas futuras.
A prioridade para os assentamentos, diz o ministro, são as 120 mil famílias
acampadas. O referencial do atual governo para a reforma agrária são as 700
mil famílias cadastradas pelo Correio. Após conversa com o ministro da Casa
Civil, José Dirceu, ontem, Rossetto - com pouco dinheiro em caixa - saiu
confiante na viabilidade financeira de uma solução para a tensão no campo.
- Toda nossa perspectiva é de expansão dos assentamentos neste segundo
semestre - afirmou Rossetto.
Apesar de não se comprometer com metas ou definições, o ministro garante não
repetir o modelo adotado pelo governo anterior. A administração Fernando
Henrique, observou, fez uma política de assentamentos em ''área isoladas'' e
em ''terras degradadas'', de baixa produção agrícola o que provocou uma
''reconcentração fundiária'' ao não incluir entre as prioridades a assistência
técnica e a capacidade econômica dos assentamentos.
|