Inventor
do celular revela sonhos tecnológicos
Trinta anos depois do primeiro telefonema pelo
celular, o inventor Martin Cooper ainda sonha com o dia em que a
tecnologia telefônica futurista será uma realidade. O telefone dos
sonhos de Cooper é tão pequeno que se encaixa atrás de sua orelha,
disca automaticamente quando ele pensa em ligar para alguém e o avisa de
uma chamada com cócegas.
Cooper, de 74 anos, ainda tem que esperar para ver sua visão se tornar
realidade, mas em três décadas desde que ele inventou os celulares, mais
da metade dos norte-americanos possui um. O tamanho do aparelho encolheu
tanto que cabe na palma da mão e pesa menos que um limão.
Grande avanço em relação ao telefone de quase 1 quilo que Cooper
criou em 3 de abril de 1973, há 30 anos. O telefone tinha 25 centímetros
de comprimento, sete centímetros de profundidade e três centímetros de
largura.
"Nosso sonho básico era o de que as pessoas não queriam falar
com carros. Elas não queriam falar com um mesa ou uma parede (onde os
telefones ficavam). Elas queriam falar com outras pessoas", disse
Coopers, que era gerente-geral de sistemas da Motorola na época.
A invenção de Cooper pode parecer um tijolo pelos padrões de hoje,
mas na ocasião foi revolucionária. A coisa mais perto de um telefone
portátil na época era um telefone de carro que pesava pouco menos de 15
quilos e custava milhares de dólares.
O proprietário tinha que fazer um buraco em seu carro para instalar a
antena e a maior parte do aparelho ficava "escondida" no
porta-malas. Um aparelho semelhante ao convencional era colocado no
interior do veículo.
Robert Galvin, então presidente-executivo da Motorola, lembra que seu
pai, o fundador da Motorola Paul Galvin, tinha um desses em seu carro.
"Nos anos 1950, eu certamente tinha em mente que os telefones no
carro ou em outros lugares seriam um grande negócio", disse Galvin
à Reuters pelo telefone.
Com o apoio de Galvin, a Motorola investiu US$ 15 milhões durante 10
anos em pesquisa e desenvolvimento, mas o primeiro celular foi concebido
em apenas três dias e fabricado em cerca de sete semanas.
Apelidado de telefone sapato por seu formato, o aparelho foi enviado o
mais rapidamente possível para as autoridades reguladoras, a fim de
evitar que a AT&T assumisse controle completo das comunicações
celulares nos Estados Unidos.
Cooper formou-se em engenharia no Instituto de Tecnologia do Illinois,
depois de uma infância a adolescência de fascínio por invenções. Ele
começou a trabalhar na Motorola em 1954 e ficou na empresa por 30 anos.
Ele supervisionou a venda dos primeiros celulares para a empresa e
ficou surpreso com a rápida adoção pelos consumidores, mas ainda
acredita que hoje os celulares deveriam ter ainda mais alcance.
Atualmente, Cooper é presidente-executivo da ArrayComm, empresa que
desenvolve tecnologia de Internet de alta velocidade para celulares.
Reuters
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