Microsoft pode ter que repartir sua fortuna

Com US$ 46 bilhões em caixa e uma base de investidores cada vez maior pedindo por ganhos regulares, a Microsoft enfrenta pressões para repartir sua fortuna por meio do pagamento de dividendos ou por mais programas de recompra de ações, disseram analistas ontem.

A empresa de Bill Gates parece mais disposta a abrir mão de parte de seu caixa, disseram analistas, porque a maior empresa de software do mundo enfrenta menos processos judiciais e não mostra interesse em fazer grandes aquisições.

A Microsoft poderia ampliar seu atual dividendo anual de US$ 0,08 por ação, lançar um dividendo especial ou ampliar seus programas de recompra de ações, de acordo com analistas. "Nossa opinião é que será uma combinação de recompra de ações com ampliação do dividendo", disse Eric Upin, analista da Wells Fargo Securities. Muitos analistas concordam que é improvável que a Microsoft opte por pagar um dividendo especial extraordinário.

A empresa, sediada em Redmond, Washington, anunciou seu primeiro dividendo em cinco anos há seis meses, marcando uma mudança de estratégia da companhia, que acreditava que os investidores seriam mais beneficiados se os excessos de capital fossem reinvestidos na Microsoft visando ao crescimento.

Na ocasião, o vice-presidente de Finanças, John Connors, descreveu o dividendo de US$ 8 por ação como um "dividendo inicial", indicando que o valor poderia aumentar no futuro. Em conferência sobre investimentos da Sanford C. Bernstein & Co. no mês passado, Connors disse que "recompra de ações ou alguma combinação de dividendos com recompra é possível".

A Microsoft recusou-se a comentar uma reportagem do jornal francês Les Echos afirmando que a empresa poderia gastar US$ 10 bilhões para o pagamento de um dividendo extraordinário.


Reuters


 

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