Estudo mostra poder do
ginseng coreano
Lia
Bock
Os
poderes do ginseng coreano vermelho – usado há séculos como
afrodisíaco pelos orientais – foram colocados à prova por um
pesquisador brasileiro e as conclusões do teste, divulgadas na
semana passada, mostram que havia razão no uso. A pesquisa,
feita pelo urologista Enrico de Andrade, da Universidade Federal
de São Paulo, provou que a raiz melhora o desempenho de
pacientes com disfunção erétil leve e moderada/leve. O estudo
foi realizado com 54 homens. Um grupo tomou pílulas com extrato
da planta. O outro, placebo. Os resultados surpreenderam: 66%
dos que tomaram o ginseng tiveram melhora significativa na ereção.
Entre o grupo que tomou placebo, esse índice foi de 25%. “Os
que receberam remédio inócuo melhoraram porque muitos têm
disfunção de fundo psicológico. Mas mesmo assim a diferença
de resposta foi grande, e mostra que a raiz funciona”, diz
Enrico. Não foi encontrado efeito colateral ou contra-indicação.
Porém, o ginseng não deve ser comparado às drogas para ereção
disponíveis. “Sua eficácia é menor”, diz o urologista
Joaquim Claro, orientador do estudo. Mas há vantagens no seu
uso. Por ser ingerido diariamente, não é preciso calcular
quando ter relação (os outros remédios exigem um tempo para
fazer efeito). Além disso, um mês de tratamento custa cerca de
R$ 40. A raiz deve ser prescrita pelo médico e os comprimidos
feitos em farmácia de manipulação. O presidente da Sociedade
Brasileira de Urologia, Eric Wroclawski, gostou da novidade.
“O resultado deve estimular mais estudos, já que a raiz é
uma opção mais barata e eficiente”, elogia.