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Medicamento
em teste reduz dependência da cocaína
Um medicamento ainda experimental, que está sendo desenvolvido pelo governo dos
Estados Unidos, ajudou oito viciados em cocaína num grupo de 20 a abandonarem o
hábito em apenas quatro semanas de tratamento. A droga gama vinil-GABA (GVG)
está licenciada para o tratamento da epilepsia no México, mas testes em
animais indicaram que ela pode servir para ajudar viciados também - não só os
da cocaína, mas também os fumantes. A GVG parece diminuir a vontade de usar
drogas.
O Laboratório Nacional
Brookhaven, ligado ao Departamento de Energia, em Nova York, desenvolve esse
medicamento há anos, mas ele nunca foi liberado nos Estados Unidos porque há
sinais de que, em longo prazo, ele provoca problemas de visão.
Frank Vocci, do Instituto
Nacional de Abuso de Drogas dos EUA, disse que, embora os números sejam
pequenos, a maior parte dos voluntários continua sem usar cocaína. "A
duração prolongada da abstinência supera de longe o que outros tratamentos
farmacêuticos conseguiram", afirmou.
"Os resultados são
particularmente impressionantes se levamos em conta que os sujeitos do estudo
continuaram no mesmo bairro, onde a droga é prontamente disponível, e com
todas as pressões sociais que mantiveram seu vício por tantos anos",
disse Emilia Figueroa, da Clinica Integral de Tratamento contra os Vícios em
Mexicali, México, onde o estudo foi feito.
"Os sujeitos analisados no
estudo eram todos fortes usuários de cocaína, a consumiam entre cinco e sete
dias por semana e faziam isso por um período de três a 15 anos", disseram
os pesquisadores em artigo publicado na revista Synapse.
Oito viciados abandonaram o
tratamento após as primeiras sessões, dizendo que não queriam se livrar da
cocaína. Dos 12 que permaneceram, oito continuaram abstêmios nas semanas
seguintes e continuavam livres da droga quando o artigo foi escrito. Os outros
quatro voltaram a consumir quantidades muito menores da droga do que o habitual,
segundo os pesquisadores. "Dois dos quatro tiveram uma redução maior que
80% no consumo".
Os pesquisadores querem agora
testar o GVG nos Estados Unidos, para ver se ele funciona em grupos maiores de
viciados. O medicamento já foi licenciado por um laboratório privado, o
Catalyst Pharmaceutical Partners, da Flórida.
Reuters
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