Estudo
analisa ataques via Internet em 180 países
A Symantec anunciou hoje o relatório Symantec
Internet Security Threat Report, que oferece uma
análise abrangente das tendências mundiais em
atividades de segurança da Internet. O estudo
inclui a avaliação dos dados dos clientes do
Symantec Managed Security Services e cerca de 20 mil
sensores do DeepSight Threat Management System,
instalados em mais de 180 países. O documento cobre
ataques baseados na Web, descobertas de
vulnerabilidades e códigos maliciosos.
A empresa aponta que o aumento das ameaças
combinadas - blended threats - ainda
representa um dos principais problemas enfrentados
pelas corporações este ano, correspondendo a 60%
das submissões de códigos maliciosos registradas
no primeiro semestre de 2003. O volume de ameaças
combinadas cresceu 20% e continua sendo o tipo de
ataque mais freqüente.
A velocidade de propagação dessas ameaças também
está crescendo. O worm Slammer afetou sistemas no
mundo todo em questão de horas e o Blaster,
descoberto recentemente, chegou a infectar cerca de
2,5 mil computadores por hora. A Symantec também
prevê uma epidemia maior de worms, resultando em
sobrecarga nos equipamentos e no tráfego da rede,
impedindo o uso da Internet por usuários e
empresas, e confirma que o tempo entre a descoberta
e a disseminação do ataque está cada vez menor. O
worm Blaster, por exemplo, foi criado apenas 26 dias
depois do anúncio da vulnerabilidade.
A avaliação mostra que 64% dos novos ataques
visam vulnerabilidades com menos de um ano. Além
disso, 66% das invasões detectadas no primeiro
semestre deste ano usaram brechas de segurança
classificadas como altamente críticas.
Dados do Brasil
De acordo com o relatório, o Brasil ficou em 15º
lugar no ranking dos países alvos de ataques online
no primeiro semestre deste ano. O estudo aponta
ainda que 1% de todos os ataques mundiais
originou-se de sistemas localizados no Brasil. Em
termos de ataques à Internet per capita, o Brasil
aparece na 34ª posição entre países com mais de
1 milhão de usuários de Internet, registrando 29
invasões a cada 10 mil usuários.
Tendências de ciberataques
O índice geral de ataques subiu 19%. Cada
empresa foi vítima de aproximadamente 38 ataques
por semana no primeiro semestre de 2003, contra 32
ataques no mesmo período de 2002. O relatório
classifica as invasões como severas ou não severas
por natureza. Entre os clientes do Symantec Managed
Security Services, o número de ataques severos
declinou de 23% no primeiro semestre de 2002 para
11% no mesmo período deste ano. A queda de 52% é
atribuída, em parte, às posturas adequadas de
segurança adotadas por esses clientes.
A partir dos dados levantados pelo estudo,
conclui-se que os ataques estão potencializando
cada vez mais os worms para carregar explorações
de vulnerabilidades conhecidas como um meio de criar
brechas de segurança. Dessa forma, os hackers
instalam cavalos de tróia nesses sistemas que podem
ser usados para gerar futuras invasões.
Boa parte das dez principais verificações
atacou serviços não públicos como o Microsoft SQL
e compartilhamento de arquivos. Ao explorar serviços
comuns adotados por usuários domésticos e
corporativos, o número de vítimas potenciais é
significativamente mais alto. Essa tendência reforça
a importância de estender as políticas e os
controles da segurança para além dos sistemas que
visam o público.
Tendências de vulnerabilidades
A Symantec registrou 1.432 novas
vulnerabilidades, 12% a mais do que o número
detectado no mesmo período do ano passado. A
quantidade de novas vulnerabilidades de médio risco
cresceu 21% e as de alto risco aumentaram 6%. Essa
tendência é apontada pelo fato de 80% das
vulnerabilidades descobertas no primeiro semestre de
2003 poderem ser exploradas remotamente.
O relatório indica que 70% das brechas de
segurança, geradas no primeiro semestre deste ano,
poderiam ser facilmente utilizadas porque não
requeriam o uso de um código para serem exploradas
ou porque estavam amplamente disponíveis. Houve um
aumento de 10% sobre o volume do primeiro semestre
de 2002.
Tendências de códigos maliciosos
O estudo da Symantec mostra que 994 novos vírus
e worms foram registrados no semestre passado, mais
do que o dobro dos 445 documentados no mesmo período
de 2002. Com a popularidade das mensagens instantâneas
e sistemas peer-to-peer, novos worms e vírus
passaram a usar esses programas para se espalhar. Na
lista dos 50 principais códigos maliciosos
referentes ao primeiro semestre de 2003, 19 usaram
esses aplicativos, o que significa um aumento de
quase 400% em apenas um ano.
As submissões de códigos maliciosos com
backdoor cresceram 50%, passando de 11 ocorrências
para 17 no primeiro semestre de 2003. A tentativa
mais visível de roubo de dados confidenciais foi a
propagação do Bugbear.B, em junho deste ano. A
descoberta dessa variante levantou sérias preocupações,
já que ela visava especificamente as instituições
financeiras.
Principais recomendações
Para evitar problemas, recomenda-se aos usuários
e administradores de rede a adoção das seguintes
práticas para melhorar a segurança da Internet:
- Desligue e remova serviços desnecessários;
- Mantenha os sistemas atualizados com os patches
de correção, especialmente em computadores que
hospedam serviços públicos e são acessíveis por
meio de um firewall, como serviços de HTTP, FTP,
e-mail e DNS;
- Reforce a política de senhas;
- Configure os servidores de e-mail para
bloquearem ou removerem as mensagens que contenham
arquivos anexados usados normalmente para disseminar
vírus, como os arquivos .vbs, .bat, .exe, .pif e .scr;
- Isole rapidamente os computadores infectados
para prevenir futuros comprometimentos na empresa.
Realize uma análise detalhada e restaure os
computadores por meio de soluções confiáveis;
- Treine os funcionários para abrir arquivos
anexados somente se forem documentos solicitados
pelo usuário. Oriente-os também para não fazerem
download de software pela Internet, a não ser que
tenha sido verificado por um antivírus;
- Certifique-se de que os procedimentos de
respostas a emergências foram implementados;
- Teste a segurança para garantir que os
controles adequados foram adotados.
Terra
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