EUA querem robôs em missões
perigosas
O veículo de combate blindado médio Stryker move-se
com rapidez, contornando árvores e outros obstáculos em território
inimigo - mas não há ninguém nos controles.
Trata-se de um veículo robotizado autônomo construído pela General
Dynamics, que chega ao destino pré-selecionado usando um conjunto de
sensores sofisticados, câmeras infravermelhas e imagens coletadas por
satélites, tudo isso atualizado por um planejador de missões de alta
potência, 10 vezes por segundo.
O veículo pode detectar alvos inimigos a entre dois e três quilômetros
- e assim que recebe autorização do comandante, localizado à distância,
é capaz de lançar um poderoso míssil antitanque Javelin.
Isso tudo está dando às forças armadas a capacidade de substituir
os seres humanos nas missões consideradas sujas, perigosas e
tediosas'', disse Scott Myers, vice-presidente da Eagle Enterprise, a
divisão da General Dynamics que desenvolve o Stryker, além de
aplicativos comerciais como uma farmácia automatizada e equipamento de
separação de correspondência.
A missão de reconhecimento é um bom exemplo. É provavelmente uma
das mais perigosas que existe'', disse ele em entrevista, lembrando que
a perda de um veículo de patrulha robotizado seria mais fácil de
justificar que a morte de um soldado.
Novos veículos de combate como o Stryker são parte da tentativa das
forças armadas dos Estados Unidos de se transformarem em uma organização
mais veloz e mais móvel, para enfrentar as novas ameaças que existem
no mundo.
Os Strykers robotizados podem transportar dois soldados cada, os quais
terão a capacidade de controlar até 10 outros veículos aéreos e
terrestres não-tripulados, de seus centros de comando dotados de três
telas, na traseira de cada veículo.
O Exército dos Estados Unidos planeja colocar veículos robotizados autônomos
como o Stryker em operação já em 2008.
Myers disse que basta uma semana para treinar soldados no uso dos
Strykers robotizados, e de seus centros de comando, já que os controles
se assemelham aos de videogames que a maior parte dos soldados jovens
estão acostumados a jogar.
Veículos não-tripulados como o avião de espionagem Predator, construído
pela General Atomics Aeronautical Systems, e o Global Hawk RQ-4, um
aparelho de observação em altitude elevada produzido pela Northrop
Grumman, já desempenharam um papel na guerra do Afeganistão.
Mas Myers não acha que o Stryker será usado no Iraque, se houver
guerra este ano, pelo menos até que novos testes de campo sejam concluídos.
Ele afirma que a robótica desenvolvida para o Stryker é apenas a ponta
do iceberg.
No futuro, ele afirma, os militares dos Estados Unidos poderão usar veículos
robóticos para logística, como transporte de munição e mantimentos
para tropas nas linhas de frente. Tais veículos poderão ser usados
também para purificar água para os soldados beberem em situações de
combate, o que exigiria menos transporte de suprimentos.
A companhia de Myers também está desenvolvendo equipamento
especializado para soldados, incluindo trajes que medem os batimentos
cardíacos, geram calor e ajudam a traçar sua exata localização no
terreno.
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