Esquizofrenia tem ligação com 'fiação' do cérebro
Falhas na rede de neurônios e suas conexões no cérebro podem ser a causa
de alguns casos de esquizofrenia, diz uma equipe de cientistas da Faculdade de
Medicina Albert Einstein, em Nova York.
A equipe descobriu anomalidades no cérebro de crianças
esquizofrênicas. Eles acreditam que essas disfunções interrompam, no
cérebro, o envio de sinais que regulam o comportamento.
A pesquisa foi apresentada em um congresso da Sociedade
Norte-Americana de Radiologia.
Os pesquisadores usaram uma técnica sofisticada de
escaneamento do cérebro para chegar à conclusão. A técnica é chamada de
tensor da difusão de imagem (DTI, na sigla em inglês).
Massa branca
Os cientistas detectaram anormalidades no tecido conhecido
como massa branca localizado no lóbulo central do cérebro, que controla a
comunicação e as emoções.
O principal problema encontrado foi no desenvolvimento da
mielina, substância que funciona como uma espécie de capa, protegendo as
células cerebrais.
Não só a mielina protege as células como também melhora
a habilidade de enviar os sinais químicos que fazem o cérebro funcionar.
Aparentemente, os esquizofrênicos têm disfunções no
desenvolvimento da mielina.
"Ter problemas no desenvolvimento da mielina é
particularmente grave na adolescência, quando a maturidade emocional ainda
está ocorrendo", afirma Manzar Ashtari, líder da pesquisa.
A esquizofrenia geralmente só é diagnosticada nas pessoas
jovens quando sintomas como alucinações, confusão mental, falta de
motivação e estranheza no comportamento tornam-se aparentes ou persistem por
um período significativo de tempo.
Em muitos casos, o diagnóstico só ocorre quando as
vítimas já são adultos.
Os pesquisadores, no entanto, esperam que técnicas como a
DTI possam identificar o problema, e tratá-lo, antes dos principais sintomas se
manifestarem.
"Quanto mais cedo a pessoa for tratada, mais chances
ela tem de não levar uma vida na qual a exclusão social predomine. Não se
trata apenas de uma doença causada por problemas na fiação do cérebro. Temos
que tratar a esquizofrenia como uma doença também associada ao comportamento e
ao meio ambiente", diz Paul Corry, da agência britânica Rethink que lida
com pacientes esquizofrênicos.
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