Web sem fio transforma caminhão em escritório


Como muitos que viajam a negócios, Lance Tindall gosta de usar a tecnologia chamada Wi-Fi para entrar na Internet quando está na estrada. Entretanto esse funcionário da Crete Carrier de Lincoln, no estado de Nebraska (EUA), não viaja com uma pasta, nem se conecta com a Internet no saguão dos aeroportos.

Em um estacionamento, ele "navega" na Internet de dentro de seu caminhão. Tindall, de 41 anos e caminhoneiro há muitos anos, faz parte de um crescente número de colegas de profissão que gostam de se comunicar por meio de Wi-Fi ou hot spots (pontos ativos), que se espalham pelos estacionamentos de caminhoneiros por todo o território dos Estados Unidos e Canadá. "Entro na Internet quase todos os dias, e toda conexão na estrada atualmente é sem fio", explica Tindall em entrevista por e-mail. Chama a Wi-Fi de "benção dos céus", e acrescenta que "não é preciso nem sair do caminhão".

Os que viajam a trabalho são os que lideram a febre do Wi-Fi. Estima-se que o número de usuários dessa tecnologia na América do Norte exceda quatro milhões este ano, acima do 1,9 milhão em 2002, informou John Yunker, analista do Wi-Fi para a Pyramid Research, de Cambridge, Massachusetts, e acrescentou que mais de 65% dos atuais usuários são pessoas que viajam a trabalho.

Para os caminhoneiros - existem mais de três milhões só nos Estados Unidos, segundo as Associações Americanas de Caminhões - os hot spots dos estacionamentos de caminhões correspondem aos que são oferecidos nos hotéis freqüentados por homens de negócios, porque as cabinas desses veículos são lugares de trabalho, mas espaços para dormir também.

E os estacionamentos de caminhões freqüentemente equivalem a estabelecimentos cinco estrelas. O Flying J, perto de Lebec, Califórnia, ao longo da Via Interestadual 5 nas montanhas que dividem Los Angeles de Central Valley, não só tem um posto de gasolina, por exemplo, como também um restaurante, lanchonete, 18 chuveiros, uma loja, barbearia, e espaço para o pernoite de 285 caminhões a diesel carga pesada.

Naturalmente, embora o acesso ao Wi-Fi possa persuadir os caminhoneiros e outros viajantes a parar, também lhes dá menos motivo para descer da boléia. "Adoro utilizar o Wi-Fi no caminhão", disse Claude Lanthier, de 46 anos. A cabina de seu caminhão tem espaço suficiente em largura e altura. Com dois beliches, microondas e aparelho de televisão, a cabina é um abrigo agradável para Lanthier, não-fumante que detesta cafés enfumaçados e freqüentemente viaja com sua mulher. "Gosto da privacidade. Se o tempo é ruim, não é preciso nem descer do caminhão".
 
Investnews - Gazeta Mercantil

 

 

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