A segunda onda (e o que fazer com ela)

A internet avança, como uma onda silenciosa que não compreendemos plenamente e da qual fazemos parte. Sabemos, no entanto, que segue evoluindo e vai se mesclar mais adiante.

Guilherme Komel

Responda rápido: o que fazer com uma rede de computadores universal, em escala global e que em alguns anos terá “velocidade infinita?”

Freqüentemente o ponto mais forte de alguma coisa é também seu ponto mais fraco. A World Wide Web (personificada pelo protocolo http e linguagem html) foi responsável pelo crescimento da internet comercial e também por fracassos e mal entendidos.

1. Ainda confundimos web com a internet;

2. A web é baseada no paradigma de publicação de conteúdo, ou seja, alguém deve publicar algum conteúdo, e outro alguém deve acessar este conteúdo;

3. Colocar pessoas em contato, fazê-las interagir e diminuir distâncias é um bom negócio.

Estes pontos eram parte do paradigma em vigor no começo da web, e ainda estão em vigor. Hoje em dia é muito mais comum encontrar agências de publicidade e empresas de tecnologia desenvolvendo projetos para internet do que nos “dias pontocom”. Projetos de websites, hotsites e campanhas de relacionamento compõem o grande filão do que é vendido atualmente.

Portais viraram mídia (com um modelo equivocado), as empresas de tecnologia se dividiram em duas (pelo menos) – as menores, geralmente criadas por ex-programadores pontocom e que prestam serviços para as agências, e as maiores, que de modo geral desenvolvem projetos para grandes corporações.

A publicidade na internet está baseada no mesmo paradigma de um outdoor. Eu anuncio e alguém vê o anúncio (não é mistério que as taxas de cliques sejam baixas). Raramente aproveitamos bem a interatividade oferecida pela internet e levamos em conta que o comportamento de um indivíduo ao acessar a internet é diferente do comportamento do mesmo indivíduo assistindo televisão ou vendo um outdoor.

Banners viraram paisagem, os pop-ups ganharam uma legião de inimigos, spam é patético e a lista continua.

A mensuração do retorno é obscura. Os veículos retornam relatórios incompreensíveis que não inspiram confiança. Analisar e entender o retorno destes anúncios é um pesadelo. Das duas uma, ou muito poucos realmente interpretam estes relatórios ou se passa batido. Houve pouca evolução – agências e clientes ainda não sabem lidar com a avaliação precisa dos resultados.

O “carro-chefe” das vendas hoje em dia é formado por websites, hotsites e campanhas de relacionamento. Foram criados conceitos – como usabilidade, presença online e user-friendly – que ajudam no processo de venda. Mas como mensurar o retorno destes conceitos? Ou entender a maneira correta de aplicá-los?

Ao se vender um projeto de relacionamento geralmente falamos em hotsites ou websites atrelados com e-mail marketing ou alguma variação do tema com palavras bonitas. Parafraseando Aristóteles, somos aquilo que repetidamente fazemos, portanto a perfeição é um hábito e não uma meta. Não se compra relacionamento com o cliente através de softwares ou campanhas.

A experiência mostra que projetos de relacionamento funcionam se forem abraçados pela diretoria e alta gerência e depois assimilados pelo resto da empresa. Então é possível que se crie de um conjunto de softwares que reflita esta realidade e molde situações onde é possível identificar o momento do cliente e interagir com ele de modo inteligente.

Empresas de tecnologia não sabem vender tecnologia e batem nas portas erradas. Agências vendem projetos de internet que englobam tecnologia, mas como não entendem de tecnologia, especificam mal e conduzem mal o processo, deixando de explorar todo o potencial da oportunidade.

Esta é a natureza da onda silenciosa.

A internet está e estará cada vez mais presente. Avançamos nesta revolução que acabou de começar, sem entender a dimensão de coisas que podem ser feitas através da internet. Nossos processos de construção de soluções já se aperfeiçoaram bastante, mas ainda falta chão.

Entender a gama de possibilidades que existem além da web não significa matar a web, mas explorar novos mercados. A web tal qual conhecemos irá evoluir e se mesclar com novas idéias e paradigmas. Aqueles que entenderem isto antes estarão na frente.

Nos próximos artigos gostaria de explorar algumas idéias sobre o que podemos fazer e como. Até lá. [Webinsider]

 

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