Jogar via internet vira profissão para aficionados

THÉO AZEVEDO
especial para a Folha de S. Paulo

Disputar jogos pela internet, passando horas em frente ao computador, não é apenas coisa de malucos por informática. Os jogadores podem ser considerados doidos, mas não jogam dinheiro fora. Ao contrário, ganham milhares de dólares.

Os mais habilidosos são patrocinados por empresas de informática ou fabricantes de games e disputam campeonatos cujos prêmios chegam à casa dos US$ 100 mil, valor oferecido aos melhores em Counter-Strike pela edição de 2004 da CPL (Cyber-athlete Professional League). A ESWC (Electronic Sports World Cup), na França, vai distribuir US$ 200 mil aos vencedores.

Na Rússia, na Inglaterra e, mais recentemente, na China, os ciberatletas são oficialmente considerados esportistas. Na Coréia do Sul, onde 70% da população possui conexão de alta velocidade à internet, o ganho anual dos melhores ciberatletas ultrapassa a marca dos US$ 100 mil. Eles levam o assunto a sério: treinam até 12 horas por dia e vivem sob pressão, pois são constantemente observados em telões pela torcida.

Interessado em se tornar um ciberatleta? Além de talento, é necessário praticar muito em LAN Houses ou na internet.

Uma alternativa cara é praticar com clãs, que podem cobrar uma média de € 17 por um treinamento on-line, que dura 30 minutos.

Todo esse mundo passou a existir graças ao aumento do uso da internet e pela maior rapidez da rede, que permite a realização de jogos em tempo real com participantes espalhados pelo mundo. Eles disputam diversos gêneros de games, de ação na primeira pessoa à estratégia em tempo real.

Essa massificação da jogatina on-line deu origem a uma variação bastante especial do gênero RPG e que, embora esteja fora do circuito profissional dos games, tem atraído cada vez mais adeptos. Trata-se do MMORPG, sigla em inglês para RPG On-line para múltiplos jogadores.

O MMORPG é ambientado em gigantescos mundos persistentes, o que significa que, esteja o jogador lá ou não, eles continuam a existir. Ou seja, os mundos têm vida própria e o jogador é apenas parte de um todo, desfruta de uma liberdade incomum e tem de ajustar-se a regras.

Tais normas são definidas por quem mantém os servidores do MMORPG. Dependendo do caso, esses servidores podem ser vinculados ao criador do jogo ou administrados pelos próprios usuários. São eles os responsáveis por criar aventuras e missões para manter acesa a chama do desafio.

Para entender a origem do MMORPG, é preciso voltar a 1978, quando Richard Bartle e Roy Trubshaw, da Universidade de Essex, no Reino Unido, lançaram a primeira versão de MUD (Multi-Users Dungeon), uma mistura de chat com RPG. Sem saber, os dois davam início aos RPGs on-line, que contam com mais de 7 milhões de usuários.

Théo Azevedo é editor do site www.theogames.com.br
 

 

Arquivo de Notícias>> clic

mais noticias... clic

 


e-mail

Copyright© 1996/2003 Netmarket  Internet -  Todos os direitos reservados
Melhor visualizada em 800x600 4.0 IE ou superior

Home