Celular e fotografia combinam cada vez mais
 


Os consumidores estão despertando para o poder da expressão emocional e criativa que surge quando os celulares e a fotografia instantânea se combinam na vida cotidiana.

À medida que câmeras se tornam equipamento padrão em celulares, milhões de usuários redescobrem a fotografia em lugares inesperados: na cozinha, na rua, no ônibus, dos quintais dos Estados Unidos à Coréia, passando por Cuba.

Enquanto a era da fotografia instantânea era obcecada por registrar imagens de rostos sorridentes, grandes paisagens e preservar a cópia em papel 9x12 como artefato familiar, a fotografia usando celulares caminha em uma nova direção.

Retrate o que comeu no café da manhã, ou capture o olhar espantado de seu gato. Registre o reflexo em uma poça na calçada, a caminho do trabalho, ou a textura de uma nuvem diante do azul duro do céu.

"Não se trata mais de câmeras descartáveis. Falamos agora de fotografia descartável", disse Ben Wood, analista de telefonia sem fio no Gartner Group, um grupo de pesquisa de mercado, em Londres. Não existem más fotos. O botão de apagar cuida do corpo sem cabeça ou de outras mancadas do fotógrafo. Errar tem custo zero.

"As fotos dos celulares equipados com câmeras são tiradas hoje para enviar aos amigos na hora", disse Chris Hoar, fundador do TextAmerican, um site para diários fotográficos que é muito popular entre os aficcionados de celulares equipados com câmeras. "Agora, tudo é documentado."

O TextAmerica tem cerca de 100 mil usuários mensais ativos, disse Hoar, oriundo de Londres, mas instalado perto de San Diego. Voltar a câmera para si mesmo e tirar uma foto se tornou comum. "Todo mundo encena a própria realidade", diz Hoar.

É certo que as limitações técnicas dos primeiros celulares fotográficos influenciam a determinação dos temas. A resolução é baixa, comparada à das câmeras digitais. Os celulares também não contam com recursos de zoom ou flash, o que torna as imagens indistintas, indecifráveis se a luz não for boa e não muito apropriadas para impressão.

Enviar fotos tiradas com celulares geralmente implica transmiti-las por e-mail a um computador, a fim de salvá-las em disco rígido ou exibi-las em um site. Isso envolve diversos passos e pode ser complicado para as pessoas menos familiarizadas com tecnologia.

As vendas mundiais de telefones celulares com câmeras devem chegar a 150 milhões de unidades este ano, quase 25% de todas as vendas de celulares no mundo. O valor também supera em muito os 70 milhões de unidades vendidas no ano passado. Em 2008, analistas esperam que as vendas destes aparelhos alcancem a marca das 656 milhões de unidades.

E à medida que mais pessoas usem telefones com câmeras, diz o diretor de mensagens multimídia da operadora norte-americana Cingular, Matt Kaiser, o envio de fotos entre aparelhos promete se tornar mais fácil, sem necessidade de sites ou envio por e-mail. Mas antes, as operadoras precisam primeiro concordar em permitir que seus assinantes troquem fotos com usuários de outras empresas, algo que pode acontecer ainda este ano.
  Terra

 

 

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