Por Patricia Reaney
LONDRES (Reuters) - A Europa, o
Oriente Médio e grande parte da Ásia e da África vão acompanhar no próximo
mês um evento astronômico que não acontecia há 122 anos -- a passagem do
planeta Vênus em frente ao Sol.
Se as condições climáticas
forem favoráveis, durante seis horas no dia 8 de junho, os astrônomos e o público
em geral conseguirão ver o planeta batizado em homenagem à deusa grega do amor
e da beleza passar entre a Terra e o Sol.
O fenômeno é considerado único
porque aconteceu pela última vez em 6 de dezembro de 1882. O próximo está
previsto para ocorrer em 6 de junho de 2012, mas será visível apenas da Grã-Bretanha
e de outras partes da Europa.
"Algo maravilhoso, algo
espantoso acontecerá no dia 8 de junho e será testemunhado por milhões de
pessoas em todo o mundo", disse na terça-feira Gordon Bromage, professor
de astronomia da Universidade de Lancashire Central (Grã-Bretanha). "Esse
é um fenômeno astrológico extremamente raro".
A passagem de Vênus pela
frente do Sol será visível durante a manhã na Grã-Bretanha e na maior parte
da Europa e da África, e durante a tarde no Oriente Médio, na Rússia e na Índia.
O extremo oriente terá uma visibilidade limitada do fenômeno.
O planeta aparecerá com cerca
de 1/30 do tamanho da estrela.
Os cientistas avisaram os
curiosos para não olharem diretamente para o Sol com os olhos nus ou por meio
de telescópios ou câmeras fotográficas porque isso pode provocar cegueira.
Durante a passagem, as órbitas
de Vênus e da Terra, que possuem ângulos diferentes, vão se alinhar
perfeitamente. Isso acontece quatro vezes a cada 243 anos.
"Esse será um período de
seis horas muito especial", disse Bromage.
O evento é importante não
apenas por ser raro. Em oportunidades anteriores, por exemplo, os cientistas
tiveram a chance de medir o tamanho do universo e a distância entre a Terra e o
Sol.
"Sem isso, não poderíamos
medir quaisquer distâncias no universo", disse Bromage.