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China
fecha 16 mil cibercafés para proteger jovens
As autoridades chinesas fecharam 16 mil cibercafés nos últimos três
meses, dentro de uma campanha para proteger a saúde mental dos 367 milhões
menores de idade, informou hoje a agência oficial Xinhua.
O fechamento desses
estabelecimentos deve-se ao descumprimento de diversos regulamentos
governamentais, como a proibição de abrir cibercafés nas imediações
das escolas primárias e secundárias, e nas áreas residenciais urbanas,
freqüentadas por crianças. "Estes estabelecimentos geraram graves
prejuízos mentais aos jovens, além de interferir em seus estudos",
diz a nota emitida pela Administração Geral de Indústria e Comércio (Gaic).
No início do ano, as
autoridades chinesas lançaram uma campanha nacional contra a entrada de
menores de idade nos cibercafés, que se prolongará até agosto, em
resposta às denúncias apresentadas pelas associações de pais de
alunos. Segundo o Gaic, que estabeleceu um perímetro de segurança de 200
metros ao redor das escolas, "muitos estabelecimentos sem licença
permitem que os menores tenham acesso a páginas na Internet e informação
subversiva e insana".
O Partido Comunista Chinês
(PCCH) anunciou no mês passado o início de uma campanha para melhorar os
valores dos menores de idade, cuja "alma foi corrompida pela
Internet". Além disso, o Ministério chinês da Cultura criou
recentemente um comitê censor para "purificar" a Internet dos
jogos de computador "doentios", que pervertem a juventude.
A justificativa utilizada
por Pequim para reprimir a liberdade de expressão na Internet foi a morte
de 24 universitários em junho de 2002 em um cibercafé de Pequim por
causa de um incêndio provocado por dois menores. Segundo a organização
Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 60 "ciberdissidentes" estão
nas prisões chinesas, milhares de sites estão filtrados e quase todos os
e-mails vigiados. Apesar da censura, o número de sites chineses aumentou
60,3% no ano passado, chegando a 600 mil.
A China se converteu no
segundo país do mundo em número de usuários de Internet (80 milhões),
atrás apenas dos Estados Unidos, onde há mais de 150 milhões de
internautas.
EFE
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