Royal Geographic Society abre acervo na Internet

Maria Luiza Abbott


Os arquivos da Royal Geographic Society foram abertos ao público pela primeira vez em 174 anos de história. No acervo estão mapas, livros, manuscritos, fotos e desenhos de grandes expedições de exploradores britânicos.

Entre os destaques estão mapas do Brasil do século 19, documentos da Era Vitoriana e fotografias da Amazônia e da costa brasileira do início do século 20.

Um dos mapas redescobertos pela exposição é um da Amazônia, que foi desenhado a mão pelo explorador britânico Clement Markham entre 1850-60, quando ele viajou pela região para buscar e levar para fora sementes de chinchona, a árvore de origem amazônica da qual se extrai o quinino.

Malária
Até hoje, o quinino é usado no tratamento da malária e Markham recebeu o título de lorde por sua contribuição ao Império Britânico.

"Markham fez o mapa durante uma expedição em que procurava chinchona para que as pessoas pudessem produzir quinino", conta Steve Brace, diretor de informação da Royal Geographic Society.

"Ele encontrou a árvore no oeste do Brasil, a caminho do Peru, conseguiu carregar as sementes e as pessoas começaram a produzir quinino em todo Império Britânico."

O mapa de Markham os principais rios da Amazônia, as fronteiras do Brasil com as então Guianas e regiões do Peru. Também se vêem anotações manuscritas sobre diversas tribos de índios da Amazônia, com referências a grupos 'diligentes', 'guerreiros' ou 'parcialmente civilizados'.

Livingstone
No acervo estão também documentos, aquarelas, mapas e fotos dos anos em que os exploradores britânicos fizeram fama pelo mundo.

Há material de expedições lideradas por Charles Darwin, David Livingstone, Robert Scott e a primeira escalada bem-sucedida do monte Everest por Tenzing e Hillary, em 1953.

Na coleção estão a máscara de gás usada pela dupla que escalou o Everest e aquarelas famosas, como as Cataratas de Vitória, no Zimbábue, feitas por Livingstone.

Segundo Brace, a abertura dos arquivos da Royal Geographic Society pode dar às pessoas acesso a uma "fonte fantástica de informações".

A maior parte do acervo foi digitalizada e está disponível para consulta pela Internet no site da Royal Geographic Society: www.rgs.org
 
BBC Brasil

 

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