Governo
discute computador "popular" com empresas
O governo federal quer tirar do papel o programa para produção de
computadores "populares" e, para isso, já começa a discutir
com fabricantes. A idéia é entregar até o fim deste mês, no máximo no
começo de setembro, o projeto fechado ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, disse hoje uma fonte próxima ao assunto.
Em reunião no Palácio
do Planalto hoje, representantes de associações de empresas de
telecomunicações e de fabricantes de produtos eletroeletrônicos
discutiram com o assessor especial da presidência Cesar Alvarez um plano
para reduzir a exclusão digital no país, onde cerca de 20 milhões de
pessoas, ou 34 %, têm acesso à Internet em casa.
O principal ponto
discutido foi o custo dos computadores e como reduzi-lo. Para o governo, o
"preço razoável" das máquinas seria em torno de R$ 1 mil,
afirmou a fonte. Os fabricantes, no entanto, argumentaram que esse valor
cobriria apenas os custos, sem impostos.
"A discussão vai
ser longa", adiantou a fonte.
O projeto, que faz parte
do Programa Brasileiro de Inclusão Digital, estuda a produção de PCs
com softwares livres e os recursos para uma operação básica de acesso
à Web e de criação de documentos, afirmou a fonte.
As discussões se
arrastam desde o governo passado, do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, e já avaliaram a possibilidade de fabricação de computadores
simples por até R$ 600. O plano foi prejudicado pela alta do dólar e
pela crise energética de 2001.
Um computador básico com
monitor e sem softwares é vendido no varejo por cerca de R$ 1,3 mil
reais, atualmente.
Na reunião de hoje, o
governo explicou que haverá financiamento, com linhas de crédito, para
garantir acesso às máquinas pela população mais carente. Segundo a
fonte, o projeto não terá recursos da União envolvidos.
O governo vai continuar
discutindo com os representantes do setor, mas em encontros separados para
que cada demanda seja tratada individualmente.
Reuters
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