Sites
do governo facilitarão acesso de deficientes
Todos os órgãos da administração pública têm até o dia 4 de
dezembro de 2005 para adequar os portais e sites da Internet a um novo
padrão, com recomendações de acessibilidade. O objetivo é facilitar o
acesso de portadores de necessidades especiais à rede. Existem pelo menos
300 endereços eletrônicos do governo em atividade.
O chamado Modelo de
Acessibilidade, criado pelo Ministério do Planejamento, será submetido a
consulta pública no próximo dia 18 e nessa primeira versão o foco é o
portador de deficiência auditiva e visual. Para a diretora do
Departamento de Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, Patrícia
Pessi, a idéia dessa padronização dos sites é tornar mais legível e
compreensível o conteúdo da Internet. "O ideal é que os sites já
sejam construídos em condições apropriadas, mas no caso dos que estão
no ar deve haver uma adequação", diz. "O ponto principal é
assegurar um conteúdo legível e compreensível".
De acordo com Patrícia
Pessi, os sites de serviços, como os de consulta à previdência, a
imposto de renda, CPF, concursos públicos e o site dos correios, que são
os mais acessados, devem ser os primeiros a se adaptar. Com toda essa
mudança nos portais e sites, Patrícia diz que o impacto no mercado de
trabalho de construção e desenvolvimento dos endereços eletrônicos
deve ser significativo. "É nova realidade. Todas as produtoras de
sites, empresas que trabalham nessa área, vão ter uma nova disciplina
para começar a considerar no desenvolvimento de portais", comenta.
Para a organização não-governamental
Acessibilidade Brasil, que trabalhou em parceria com o governo na formulação
dessas novas regras, um mundo onde não haja exclusão está sendo construído.
De acordo com Guilherme Lyra, presidente da ONG, antes os portadores de
necessidades especiais eram duplamente excluídos, pela deficiência e
pela falta de inclusão digital. "Isso está acontecendo no mundo
inteiro e deve envolver pelo menos a metade da população
brasileira", afirma. O presidente da ONG conta ainda que esse modelo
é fundamental para aproximadamente 24,3 milhões de pessoas com deficiência
no país.
Até 24 de fevereiro o
documento, que tem como referência os padrões internacionais adaptados
à realidade brasileira, fica disponível para consulta pública no site
www.governoeletronico.gov.br.
Agência
Brasil
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