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Tecnologia invade a aula e
muda a maneira como alunos estudam
MARIANA BARROS
Colaboração para a Folha de S.Paulo
De dentro do auditório da Faculdade de Medicina da USP, os alunos assistem, por
videoconferência, ao depoimento de um paciente atendido no ambulatório do
Hospital das Clínicas. Em outra tela, um médico especializado explica o diagnóstico.
Um outro quadro de imagem transmite uma demonstração cirúrgica relacionada à
mesma enfermidade diretamente da sala de cirurgia do hospital. Enquanto isso, as
anotações feitas pelo professor em um micro portátil com tela sensível ao
toque são exibidas nos computadores dos alunos, que ainda consultam tutores via
chat.
Esse é um exemplo de como a tecnologia tem sido inserida no ensino de algumas
universidades, que exploram recursos como a videoconferência, a voz sobre IP e
o uso de notebooks e de micros de mão para incrementar o aprendizado de seus
alunos.
Segundo o professor e coordenador geral de telemedicina da Faculdade de Medicina
da USP, Chao Lung Wen, o impacto dos novos recursos transformará os métodos
educacionais.
"A função do professor será treinar o raciocínio dos alunos,
compartilhar experiências profissionais e ensinar condutas. Fazendo uma alusão,
é como se ele deixasse de ensinar como mover as peças do xadrez para ensinar
como fazer as jogadas", explica o docente, que desenvolveu programas que
fazem questões sobre a matéria e registram o índice de acerto, que fica
disponível para o professor.
Nas faculdades da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) o giz e a lousa
estão sendo substituídos por uma tela sensível ao toque que registra as anotações
do professor e grava suas explicações usando um microfone embutido. A seqüência
da aula fica disponível para consulta via internet. A presença dos alunos é
registrada em um micro de mão e os dados vão direto para a secretaria.
Já os estudantes de jornalismo on-line da Pontifícia Universidade Católica
(PUC) do Rio Grande do Sul, fizeram a cobertura do Fórum Social Mundial de
Porto Alegre com boletins ao vivo, gravados com filmadoras digitais ou via Skype,
programa de voz sobre IP.
O conteúdo, disponível em cyber fam.pucrs.br,
terá, a partir de março, transmissões sobre o Festival de Cinema de Gramado.
E o caderno parece estar com os dias contados. Para os estudantes do Instituto
Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), o notebook é material obrigatório.
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