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Negroponte
venderá laptop que custa apenas US$ 100
Julian
Siddle
Nicholas
Negroponte, presidente e fundador do Media Labs, do Instituto de
Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês), disse em uma
entrevista à BBC que quer começar a vender no ano que vem um
laptop que custa apenas US$ 100 (cerca de R$ 260). Ele afirmou que já está
negociando a venda do equipamento com o governo da China, que estaria
interessado em fazer uma grande encomenda.
"Na China, eles
gastam US$ 17 por criança por ano em livros-texto - isso por cinco ou
seis anos", diz Negroponte. "Então, se pudermos distribuir e
vender 1 milhão ou mais laptops para o Ministério da Educação, isso
seria mais barato e todos os gastos com marketing desapareceriam."
O computador de
Negroponte funcionaria com o sistema operacional Linux, cujo uso é
gratuito. "Seria muito importante para o desenvolvimento não só da
criança como da família inteira, do vilarejo e da comunidade",
afirmou Negroponte, que gostaria de ver um laptop por criança.
Tela
Para ele, o computador poderia ser usado como livro escolar pelas crianças.
"Temos que baixar o custo da tela para menos de US$ 20 e, para isso,
precisamos usar uma tecnologia de projeção da imagem, em vez de usar uma
tela plana comum."
Negroponte explicou ainda
que o outro "truque" para baixar o preço das máquinas é
"cortar as gorduras". "Se você 'emagrecer' o computador,
pode ganhar velocidade, usar processadores menores e menos memória",
afirma o pesquisador.
O laptop seria exportado
como um kit de peças para ser montado nos países de destino - barateando
o custo ainda mais. Negroponte afirmou que não pretende lucrar com o
projeto, embora reconheça que os fabricantes dos componentes vão se
beneficiar dele.
Vida digital
Em 1995, Negroponte publicou o livro Vida Digital, que hoje é
considerado por muitos como uma previsão da era digital. Com o novo
projeto de laptops acessíveis, a ambição de Negroponte é fazer os
computadores mais populares do que telefones celulares, apesar de
reconhecer que será difícil isso acontecer.
Negroponte vem testando o
seu novo projeto no Camboja há três anos, onde montou duas escolas com
sua mulher e distribuiu 25 laptops para as crianças. Segundo ele, apenas
um computador quebrou em todo esse tempo. "As crianças valorizam
essa coisa. Eles (os laptops) são também televisores, telefones e
videogames, não só livros de escola."
BBC
Brasil
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